quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Nuremberg e o mercado de Natal— as principais atrações em um fim de semana

Muitas vezes é difícil escrever sobre viagem sem cair em estereótipos ou dicas à lá “mais do mesmo”. E eis que estou aqui parada na frente do blog com a missão de falar sobre um fim de semana em Nuremberg — a segunda maior cidade da Bavária, na região da Franconia —, mas querendo evitar temas como, dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. O que lhe vem na cabeça quando falamos da cidade? Sim, o mais famoso mercado de natal da Alemanha (Christkindlesmarkt), o julgamento de Nuremberg (pontos para Hollywood nessa), as reuniões do partido nazista (cruz credo) e as tais salsichas Nürnberger. Mas, o que nos levou em primeiro lugar até lá? Pois é. Admito, não consigo ir a uma cidade pela primeira vez e não checar os principais pontos turísticos. Não seria uma delícia ir a Paris e não ter que ir ao Louvre, Torre Eiffel, Notre Dame, mas só visitar livrarias e cafés escondidos e passear sem compromisso à beira do Sena? Não para os forasteiros de primeira viagem! Então, nesse caso, para quem conhece Nuremberg na palma da mão, é melhor trocar de post! Não será difícil perceber que se trata aqui de uma narrativa de turista.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Natal longe de casa e os sabores da tradição

       Sou uma pessoa que acredita em Deus (em maiúsculo por prevenção), dependendo do dia. Ainda assim, sou tomada por um lapso de empolgação no período de natal que talvez tenha muito mais a ver com memórias de infância do que propriamente com religião. Assim, esse Deus poderia ser Alá, Buda, os Rolling Stones, o Sol, o Deus da Republiqueta de Bananas, da Mandioca, do Vinho ou alguma outra criação cultural.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

IPhone e a esquizofrenia da comunicação

Meu telefone resolveu dar um mergulho no fim de semana. Voltou mudado, cheio de personalidade. Negou-se a fazer as tarefas extras exigidas a ele e apagou o Wlan. Voltou a sua essência e passou a fazer somente ligações. Ok, estou exagerando. Ele ainda batia umas fotinhos a contra gosto e, quando o 3G não estava empacado, permitia-me acessar as mídias sociais. Tentei ressuscitá-lo, preparei uma cama de arroz para absorver a umidade, deixei-o dormir sobre o aquecimento, mas, mesmo assim, ele rompeu com a internet.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O Muro de Berlim para uma criança – 25 anos depois

Há 25 anos, em 09 de novembro de 1989, o mundo estava prestes a mudar. Um dos mais importantes acontecimentos históricos do século 20 vinha à tona, mas tudo que eu consigo me lembrar daquela noite é do aroma da sopa de feijão borbulhando sobre o fogão. A mesma que minha avó cozinhava todo fim de tarde. Porém, naquele dia, ao escutar a musiquinha do plantão da globo, ela deixou o caldo lá a borbulhar incansavelmente. Com o avental molhado da cozinha, correu para a sala, colocou as mãos na cintura e ficou ali, em pé, estatelada em frente à televisão. Imagens de jovens marretando o muro se repetiam. Enquanto o Sr. Schabowski se embananava na coletiva de imprensa sobre a liberação das fronteiras, eu esperava meu jantar sobre o tapete esverdeado em um sobrado da capital paulista. E como fiquei, momentaneamente, sem a sopa e sem a atenção da minha avó, perguntei o que estava acontecendo. “Acabou o comunismo”! – ela me disse. “Grande coisa”, pensei. Fiquei lá de bico porque não podia falar enquanto a notícia estava no ar, pensando que meu tio — aquele que achava que o homem veio dos primatas e era comunista — deveria estar triste. O que aquele muro tinha a ver com tudo isso, ainda me era desconhecido aos seis anos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Um roteiro pelos principais pontos turísticos em Praga

A Magia de Praga

Ao flanar pelas vielas do deslumbrante centro histórico, andar nos antigos bondinhos e passear de barco no Rio Moldava você não terá dúvida: Praga é uma das capitais mais suspirantes da Europa.


Regina Cazzamatta
(Texto originalmente publicado na revista Viaje Mais! Set.2014). 


Torres góticas pontiagudas se destacam na paisagem dominada por majestosas construções de telhado vermelho. Justamente por conta dessa característica, Praga, na República Tcheca, é chamada de “cidade das cem torres”, e bastam alguns minutos contemplando esses e outros primorosos traços medievais para ser arrebatado pela imponência da vizinhança e ter certeza: essa é uma das capitais mais bonitas da Europa.

Ainda que hoje seja uma metrópole com uma população de 1,3 milhão de pessoas, o típico astral da cidade medieval segue dando o tom por lá. E é realçado pelo plácido Rio Moldava e, aqui e acolá, por sinuosos canais, que garantem a Praga a alcunha de “Veneza do Leste”. A capital tcheca, porém, pode se ar ao luxo de dispensar esses títulos e comparações.
É que ela tem história forte. E personalidade própria, moldada, ao longo dos séculos, pelas ocupações e gestões de governantes de origem (e humores) variados que juntaram e misturaram um caldeirão de culturas: o jeito de ser herdado da Boêmia (região que se formou no século 11 e, em 1918, deu origem à Checoslováquia), somado às influencias judaicas e alemãs. Gente do mundo todo, atraída pelas oportunidades trazidas pela abertura política e econômica, encorpou ainda mais esse caldo a partir dos anos 1990, após a Revolução do Veludo — série de manifestações populares que ajudou a pôr fim a 40 anos de regime comunistas na então Checoslováquia, que acabaria se dividindo em República Tcheca e Eslováquia. Foi a deixa para Praga florescer e tornar-se uma cidade cosmopolita, vibrante e com ótimos restaurantes, artistas e designers inovadores.

Para saber mais sobre cerveja e absinto na república Tcheca, clique Aqui
Quer dicas de hotéis e restaurantes? Aqui vai um breve roteiro!

É em virtude dessa atmosfera fervilhante e multicultural que os moradores, hoje, vêem a expressão “primavera de Praga” por outro ângulo. Ela não remete mais à invasão dos soviéticos e seus tanques em 1968, que na ocasião pretendiam continuar assegurando sua mão de ferro na região, mas à estação do ano que, entre março e junho, faz os turistas acordarem em massa na cidade. Esse movimento prossegue até meados de dezembro, quando o frio, que não é brincadeira, dá ar da graça. E os visitantes são muitos: anualmente. 8,5 milhões de forasteiros flanam pelas ruas estreitas, andam nos antigos bondinhos ou embarcam em passeios de barco para vislumbrar as igrejas medievais, as pontes cheias de histórias e mistérios e, principalmente, o fabuloso castelo que, no topo de uma colina, vigia a capital.
Berço dessa e de outras construções lendárias — a cidade é como um museu a céu aberto da arquitetura européia, com prédios que vão do gótico ao barroco aos estilos modernos —, a grande parte do legado arquitetônico de Praga data do século 14, época gloriosa em que reinou Carlos IV (1316-1378), cujo poderio se estendia às regiões de Boêmia, Moravia e, ainda, do Sacro Império Romano Germânico. É por isso que o figurão dá nome a diversas atrações de Praga. A começar pela Ponte Carlos, cujas extremidades são demarcadas por torres nas quais você pode subir e vislumbrar um belo panorama das redondezas.
De manhazinha, a quantidade de gente por ali nem é tão grande, mas, por volta do meio dia, o burburinho de pessoas, flashes e sons se instala em definitivo: moradores, visitantes e toda sorte de artistas se misturam num alegre vaivém. Outras 14 dessas estruturas cruzam o rio, mas a razão pela qual todos se aglutinam na Ponte Carlos — que se estende por 520 metros e é tão larga que antigamente permitia a passagem de quatro carruagens lado a lado — é simples: ela propicia uma das mais belas vistas da capital, exibindo, com especial fotogenia, a colina do castelo, por trás da qual despontam as torres da monumental Catedral de São Vito, o rio correndo e 36 grandes estátuas sacras. Entre elas está a de São João Nepomuceno (1340-1393), figura que a maioria dos transeuntes procura por causa de uma placa de bronze que, dizem por lá, se for esfregada, garante o retorno a Praga.
É fácil identificar a imagem do santo — ele traz uma cruz numa das mão e um arco de estrelas douradas em torno da cabeça —, que teve um fatídico destino: reza a lenda que ele teria sido arremessado ao rio por se negar a revelar ao rei as confissões feitas por sua mulher. Mas, na realidade, o assassinato pode ter sido reflexo dos problemas políticos entre a Igreja e o Estado.

Recorde no Topo da Colina

Também é da Ponte Carlos que se tem a melhor vista para o Castelo de Praga. O complexo serviu de residência aos governantes da Boêmia do século 11 ao 16, e, na realidade, é bem mais do que um castelo. Trata-se de uma primorosa junção de uma fortaleza a um fascinante conjunto de construções históricas — museus, galerias, igrejas, pátios e jardins —, tudo erguido ao longo de um milênio na parte alta da cidade. É um ponto tão emblemático que foi lá, no imponente Palácio Real, o qual abriga a residência do presidente e a sede do governo, que o escritor e dissidente Václav Havel tomou posse em 1990 e se tornou a primeiro presidente da República Tcheca pós-comunismos.
Segundo o Guinness, o livro dos recordes, a construção é o maior burgo do mundo: a cidadela se espalha por 72 mil metros quadrados, o equivalente a quase oito campos de futebol. Dada as dimensões, não resta dúvida de que será preciso algumas horas batendo perna para passar por boa parte das atrações do pedaço.
Entre os destaques estão a cerimônia de troca de guarda, realizada todos os dias, de hora em hora (embora a mais bambambã, com troca de bandeira ao som de uma banda marcial, ocorra às 12h), e a magistral Catedral de São Vito, obra-prima da arquitetura gótica. Além dos vitrais, o templo abriga jóias da antiga Coroa da Boêmia e tem 21 capelas que homenageiam reis e príncipes santos do país. A principal delas é dedicada ao padroeiro do país, São Venceslau, e guarda os restos mortais do padroeiro de Praga, São João Nepomuceno (aquele que teria sido atirado ao rio), os quais ficam numa majestosa urna de prata.
Mas não foi assim, do dia para a noite, que uma das mais ricas e impressionantes catedrais da Europa Central se transformou no núcleo cultural e espiritual de Praga. A construção começou em 1344, durante o reinado de Carlos IV, mas o templo só foi finalizado em 1929. Um pouco mais modesta, mas linda também, a Basílica de São Jorge, no terceiro pátio do castelo, tem uma charmosa fachada de tijolos vermelhos e um interior onde ainda estão conservados afrescos originais do século 12.

Nos Passos de Kafka

Bem próximo dali, ao norte das muralhas, encontra-se mais uma atração badalada, a Viela Dourada. A rua exibe uma fila de minúsculas casas com portas baixas, erguidas no século 16 para os antigos guardiões do castelo. Hoje, as construções de fachada colorida se converteram numa exposição dos hábitos e costumes da época: mobiliário, marionetes, cerâmicas, armaduras e espadas retratam o cotidiano medieval.
Em meio à estreita rua de paralelepípedos, uma das residências, a de número 22, pintada de azul, fisga os passantes: nela morou, entre 1916 e 1917, um dos filhos ilustres de Praga, o escritor Franz Kafka (1883-1924). Em busca de um refúgio para escrever, ofício que exercia depois de ter trabalhado parte do dia num instituto de seguridade governamental, o autor encontrou nesse lugar tranquilidade para criar a coletânea de contos O Médico Rural, concebida no tempo em que viveu ali. Esse livro, os clássicos Metamorfose e O Processo e outras obras suas, em diversas línguas, são vendidos ali mesmo, já que a construção hoje funciona como livraria.
Para completar a experiência kafkiana, vale visitar, em frente ao Teatro Nacional, o antigo Café Slavia — que, alem dele, recebia seus companheiros de ofício, como Rainer Maria Rilke (1875-1926) e o Museu Kafka, no bairro de Malá Strana. A mostra explora a relação do autor com a cidade por meio de jornais, fotos, cartas (muitas cartas, já que ele escrevia enlouquecidamente a familiares e amigos) e publicações da época.
Porém, antes de imergir na vibe labiríntica e surreal do escritor, aproveite a bateção de pernas ainda na região do castelo para ir ao Mosteiro Stravoh. No saguão de entrada, um mapa antiqüíssimo da Europa, feito no desenho que retrata o corpo de uma mulher, já dá uma ideia das preciosidades guardadas nesse complexo de prédios e igrejas. O ponto alto é a mais antiga biblioteca teológica do país, que ocupa dois magníficos halls barrocos. Embora não se possa entrar nos salões, dá para ver da porta as prateleiras de madeira entalhadas e folhadas a ouro tomadas de livros históricos, partes deles escrita à mão. Globos terrestres antigos e afrescos no teto dão o toque final.
Sim, são muitos tesouros e histórias em cada palmo de chão, portanto, mais do que bem-vindo é até necessário parar aqui e ali para processar tudo o que está sendo visto. Nesse sentido, rendem agradáveis pit stops os amplos jardins do castelo e o Parque Letná Sady, no alto da colina. Especialmente se o tempo estiver ensolarado, quando se tem uma vista imbatível das construções de telhado vermelho e das diversas torres. Panorama que também e privilégio de quem se senta nas mesas externas do restaurante Hanavsky Pavilon (Letenské sady 173), também na parte alta. Ali, você degustará especialidades tchecas e apreciará, de camarote, a sequencia de pontes sobre o Rio Moldava.

O Pitoresco Centro Histórico

Mesmo com a centena de torres medievais que se impõem no céu de Praga, duas delas, bem pontiagudas e decoradas e decoradas com uma imagem de ouro da Virgem Maria, se sobressaem quando se contempla o centro histórico do alto da cidade. Elas estão na Igreja Tyn, de fachada gótica e interior barroco, e curtir o burburinho em seus arredores, ao entardecer, é um programa clássico.
O templo se situa em meio à miscelânea arquitetônica do centro antigo, na Staromestké Namestique (Praça da Cidade Velha), coração da capital tcheca. Nos meses quentes do ano, o pedaço é tomado pelos guarda-sóis de inúmeros cafés e povoada por artistas de ruas, crianças brincando e, claro, turistas. Num point fervilhante assim, é claro que há barracas de guloseimas, como as que vendem os típicos pães doces de rolo, assados com açúcar e canela.
Ao longo do dia, o burburinho só arrefece, em parte, quando o pessoal se junta na frente da Igreja Tyn, onde rola, de hora em hora, o espetáculo do relógio astronômico, repetido há 600 anos. Nesse momento, muitos param suas atividades para ver um esqueleto, que representa a morte, puxar o sino e iniciar a apresentação de 45 segundos.
Nos arcos dourados e ponteiros, oito personagens contemplam a cena. Na parte de cima, estão retratados quatro pecados: a vaidade (com o espelho em mãos), a avareza (com o saco de dinheiro), o esqueleto (a morte) e a invasão pagã (a imagem de um turco). Na parte debaixo, surgem quatro virtudes, exibidas pelas figuras do poeta, do anjo, do filósofo e do astrônomo. No fim do anuncio das horas, os 12 apóstolos de Cristo aparecem um a um na janelinha superior do equipamento.
O minucioso relógio traduz a importância que a astronomia teve em Praga na Idade Média. No Klementinium, antigo colégio jesuíta que hoje funciona majoritariamente como Biblioteca Nacional, um tour de 50 minutos passa por salas com instrumentos de estudo dessa ciência e leva à torre de observação onde os astrônomos Tycho Brahe e Joahnnes Kepler revolucionaram o entendimento do sistema solar no século 17. Mesmo que você não se interesse pelo assunto, a espetacular vista do alto da torre é a razão suficiente para convencer qualquer um da visita.

A Faceta Mais Moderna

A esplendorosa herança medieval é o grande chamariz da capital, por isso o estilo mais óbvio ao olhar as torres e igrejas é o gótico. Entretanto, Praga se exibe com uma série de exemplares bem mais modernos, e até diferentões, de arquitetura.
O Grand Café Orient (rua Ovocn´y 569/19), situado no primeiro andar de um predinho batizado de Casa Virgem Negra, é um símbolo de estética cubista (estilo arquitetônico do início do século 20 que rompeu, e radicalizou, com várias características da estética renascentista). Ali, das lâmpadas aos banquinhos, tudo segue à risca o estilo. O edifício também abriga um museu dedicado ao movimento, com pinturas e móveis do gênero. E, em frente à Igreja Nossa Senhora da neve, outro exemplar cubista resiste: um poste de luz de 1915, caracterizado pelas camadas sinuosas.
Da era pós-comunista, uma das construções mais emblemáticas é o inusitado prédio Fred e Ginger, em Nove Mesto (centro novo). O projeto do premiado arquiteto Frank Gehry, de 1922, faz jus aos atores-bailarinos que homenageia (Fred Astaire e Ginger Rogers) e parece dançar na paisagem.
Pois é, Praga é mesmo mestra em apresentar essas surpresas artísticas. Em frente ao kampa, o Museu de Arte Moderna, é impossível passar batido pelas três esculturas gigantes de bebês engatinhando, chamadas de Miminka, e pela enorme estátua de um cavalo de cabeça para baixo, colocado numa galeria comercial. Ambas são do polêmico artista local David Cerny.
Também não faltam monumentos em alusão às vitimas do regime comunista. Instalado no jardim da embaixada da Alemanha, um dos exemplos mais marcantes é o que exibe um Trabant, carro típico dos países que faziam parte da Cortina de Ferro, sobre quatro pernas, as quais, substituindo as rodas, demonstram a vontade dos nativos de partir durante os anos de chumbo.
Mais um ponto legal para topar durante uma caminhada despretensiosa é o muro de John Lennon, em frente à embaixada francesa. Em 1980, após o assassinato do músico, pacifistas grafitaram um muro, que se tornou símbolo dos movimentos da juventude da época. Cheia de imagens e mensagens políticas de outrora, os turistas, hoje, também deixam suas contribuições ali, como flores, cartas e mesmo novos desenhos sobre os feitos do passado.

Testemunha Histórica

Cervejas e Absinto na República Tcheca

Com uma culinária baseada em muita carne de porco, batatas e repolho, a comida da República Tcheca, no geral, é bem calórica e pouco refinada. No entanto, na categoria bebidas, eles manjam do riscado. A cerveja (pivô, e tcheco) é uma das melhores do mundo. E isso há muito tempo: foi na cidade tcheca de Pilsen, no século 19, que o processo de fabricação da loira do tipo pilsen foi inventada. As marcas mais conhecidas do país são a Pilsner Urquell e a Budweiser original, que não tem nada a ver com a marca norte-americana, mas o país produz uma porção de outros rótulos, que podem ser degustados na taberna medieval Brabant (rua Thunovská, 15, em Malá Strana). 
Outras bebidas tradicionais, e fortes, são o slivovice, uma aguardente à base de frutas, e o mítico absinto, lá vendido em qualquer bar ou loja com teor superior a 70 por cento. Se em vez de pirar o cabeção você só quer se aquecer do frio, faça como os nativos: peça para seu café vir acompanhado de uma dose de becherovka, licor que leva 34 ervas e tem um pronunciado sabor de canela.   

Praga: Programe sua Viagem

Informações Gerais


Documentos exigidos para entrada em Praga: passaporte com validade mínima de seis meses. 
Idioma: Tcheco, mas o inglês é bastante difundido.
Moeda: R$ 1 equivale a 9,2 coroas tchecas.  
Fuso Horário: quatro horas a mais em relação a Brasília (o fuso chega a ser de cinco horas em meses de horário de verão europeu). 
Para ligar a cobrar para o Brasil: Não há o Brasil Direto, serviço de chamadas a cobrar da Embratel. Use um cartão telefônico. 
Embaixada brasileira em Praga: Rua Panská 5, 110 00, Praga 1. Tel.: (+420) 224-321-910. http://praga.itamaraty.gov.br

Quando Ir: 

Praga recebe 8,5 milhões de turistas por ano. Nos meses de maio e junho começa a alta estação, com tempo bom e diversos festivais. Julho e agosto é o período mais quente. Para evitar multidões, viaje em abril ou outubro, quando o clima ainda é bastante agradável. 

Como Chegar:

Não há voos diretos para Praga, mas a capital é de fácil acesso. Companhias que servem cidades na Europa e no Brasil utilizam o aeroporto internacional de Ruzyne (PRG) a 20 Km do centro de Praga. A British Airways (www.britishairways.com) opera voos a partir de US$ 2.149, com escala em Londres. Com a KLM (www.klm.com) o trecho sai a partir de US$ 2.430, com uma parada em Amsterdam. Já pela Air France (www.airfrance.com.br), o valor da passagem é a partir de US$ 2. 705, com escala em Paris. 

Onde Ficar:

Four Seasons. Essa luxuosa rede de hotel está presente também em Praga com vista paradisíaca para a Ponte Carlos, a igreja de São Nicolau e o mosteiro Stravoh. Há diversos tipos de suítes, porém a mais acessível é o Modern Room, com banheiro totalmente de mármore. A partir de 290 euros a noite. http://www.fourseasons.com

Monastery. Este hotel pertence ao monastério Stravoh e oferece quartos modernos e recém reformados. Além da ótima localização, os quartos estão equipados com frigobar, espaço para fazer chá e café e a internet é de graça. Diárias a partir de 120. http://www.hotelmonastery.cz

Hotel Residence Malá Strana. Localizado no bairro de Malá Strana, próximo ao rio Moldava, este hotel 3 estrelas é uma boa opção para famílias. Há suítes para até quatro pessoas. A localização também é ótima, a poucos minutos a pé do centro. Diárias a partir de 70 euros o casal. http://www.garzottohotels.cz

Hotel Neruda. Em uma casa gótica de 1348, este hotel foi reformado em estilo moderno e minimalista. Também no bairro de Mala Strana, há 42 quartos a disposição, além de SPA com sauna, restaurante, lobby envidraçado e um terraço para dias mais quentes. Diárias a partir de 80 euros. http://www.designhotelneruda.com

Hostel Elf. Clima jovem, hipster e sociável é o que os mochileiros encontrarão nesse hostel de quartos limpos e decorados com grafites multicoloridos. O espaço tem pequenos lounges com chás e cafés, além de um terraço com bar. No bairro de Zizkov & Karlín, está a uma distancia de 15 minutos andando até o centro histórico. http://www.hostelelf.com

Onde Comer 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Mercado da Cebola ou o Zwiebelmarkt

Já fiz um post uma vez para comentar a esquisitice do que acontece todos os anos em Weimar —  a tal festa da cebola. É! Pior que festa do caqui, princesa de lá sei onde e por aí vai. Mas tem seu charme provinciano.Clique Aqui! Dessa vez, parei de reclamar e fiz só um vídeo da festa. Pelo menos tem coisa boa pra comer! :)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Alemanha Central: Razões para ir a Rudolstadt — palco do triângulo amoroso entre Schiller, Lotte e Lina

          Quem atravessa o oceano para viajar pela Alemanha, muito provavelmente não incluirá no roteiro cidades tão pequenas como Rudolstadt, praticamente uma vila no coração do país, no Estado da Turíngia.  A cerca de meia hora de Jena de trem regional, a visita vale a viagem só pelo tom pitoresco das suas montanhas cortadas pelo rio Saale e um belo castelo no topo da colina, até que bem imponente pelo tamanho da cidade. Classificada nos guias alemães como a pequena Weimar (imagine só o tamanho!), Rudolstadt se parece com aquelas garotas de propaganda de lavanda, cara limpa, vestido branco, tranças e flor no cabelo, mas com alguma coisa que ainda atrai. 
           Depois de assistir ao filme Die geliebten Schwestern (As irmãs amadas), de Dominik Graf, exibido este ano na Berlinale, temos mais uma motivação. Foi em Rudolstadt que Schiller — escritor alemão muitas vezes comparado a Shakespeare, um herói dos poetas por esses lados, pop star à época e rodeado por mulheres — passou um longo verão em 1788 com as duas irmãs: Charlotte Von Lengefeld e Carolina Von Beulwitz. Ok, pausa para honestidade. Enquanto o filme explora o triângulo amoroso das personagens, na prática, há controvérsias no mundo acadêmico da literatura se o fato foi, de fato, consumado.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Alemanha de Norte a Sul: um roteiro completo pelo país passando por Berlim, Potsdam, Frankfurt, Dresden, cidades da Rota Romântica, Colônia e Munique

Alemanha: Um país show de bola

(Texto originalmente publicado na revista Viaje Mais! Ago.2014). 

       Atmosfera moderninha e apego ao passado em Berlim. Arquitetura grandiosa em Potsdam e Dresden. Arte e festança em Colônia e Munique. Cidadezinhas encantadoras na Rota Romântica. Com este roteiro de 15 dias, prepare-se para se apaixonar pelo país



A Alemanha é a terra das boas cervejas, das salsichas e da velocidade – empresas que produzem carros dos sonhos, como Audi, BMW e Mercedes, são germânicas. Mas o país é, sobretudo, um estupendo destino para as suas férias. A começar por Berlim, uma capital repleta de arrojo e história, como a construção e a queda do infame muro que dividia a cidade, a qual completa 25 anos em 2014. Há também muitas metrópoles empolgantes, tais quais a incrível Munique, e um cênico interior, que se descortina, por exemplo, ao longo da Rota Romântica. Tudo temperado pela organização e cordialidade tão associadas ao país. Para ajudá-lo a descobrir tantos encantos, Viaje Mais sugere este roteiro de 15 dias, que pode ser feito num carro alugado ou em trens pontualíssimos, que, no caso do ICE, têm o plus de serem bem velozes: podem alcançar 300 km/h. Mas, com tantas maravilhas pelo caminho, melhor ir devagar. E parando em cada cidade que convidamos você a conhecer.

Dia 1 a 4. BERLIM: a capital que segue reescrevendo sua história

Para curtir todas as facetas da capital, percorrer uma porção de marcos históricos, passear pelos bairros da moda e ainda ter forças para se jogar na balada, que por lá não é brincadeira, recomenda-se passar pelo menos quatro dias em Berlim. Afinal, em que outra metrópole do mundo tantas peculiaridades se reúnem no mesmo lugar? Lá, cidadãos e turistas andam e observam, de dentro da modernosa cúpula de vidro do Reichstag, prédio que abriga o Parlamento alemão, os políticos decidirem os rumos da nação. Há ainda uma das cenas mais agitadas da música eletrônica mundial, que têm como palco casas disputadíssimas, como a Berghain e a Watergate. No Mauerpark, artistas de rua brotam como as flores na primavera. Já os adeptos do FKK, sigla em alemão para cultura do corpo livre, passeiam peladões pelo Tiergarten, o maior parque da cidade. E, na Arena Badeschiff, no descolado bairro de Kreuzberg, há uma piscina dentro do Rio Spree. A atmosfera libertária, vibrante e cosmopolita faz com que Berlim abrace vanguardas artísticas, musicais e do universo da moda e do design, criando uma vibe irreverente e moderninha por toda parte. De regiões como o sempre animado Hackescher Markt, com seus bares, teatros e feirinhas de artesanato, a bairros descolados como Kreuzberg, Friedrichshain e Prenzlauerberg.

CONHECENDO OS CARTÕES POSTAIS
São muitos os bairros fervilhantes e os marcos turísticos para conhecer, os quais se esparramam por diversos pontos da capital. No entanto, em Berlim, qualquer lugar à primeira vista longínquo pode ser rapidamente alcançado pelos trilhos, já que seu território é completamente coberto por 15 linhas de trens e dez de metrô, que alcançam qualquer região. Essas estações, por sua vez, são interligadas com os ônibus, que param exatamente em frente a elas. E é a bordo de um deles, o ônibus 100 – cujo ponto inicial é na estação Zoologischer Garten –, que se pode começar a explorar a cidade: a linha é famosa entre os visitantes por passar por várias atrações emblemáticas. 
Tente pegar o primeiro banco do segundo andar e prepare-se para contemplar Berlim de camarote. E, claro, para desembarcar e visitar cartões-postais como a Igreja Gedächtniskirche, que junta o templo original, dos anos de 1890 e célebre por manter uma torre semi destruída durante a Segunda Guerra, a uma igreja de 1963, cujas marcas são os vitrais azulados e a acústica impecável. Desse pedaço, o ônibus segue pela rua de com pras Kudamm, passa pela Coluna da Vitória (Siegessäule, em alemão), junto ao Tiergarten – área verde que recobre boa parte do centro de Berlim e abriga o famoso zoo local –, e termina na Torre de TV, na Alexanderplatz, que espeta o céu com seus 368 metros de altura. 
Ao chegar lá, por que não fazer uma refeição no restaurante giratório, a 203 metros do chão? Quem tiver reserva não pega fila para visitar a torre, um ponto bacana para vislumbrar o skyline berlinense. Contudo, se a ideia for só fazer um lanche, a parada deve ser num imbiss (quiosque de rua), para provar a típica curry wurst: salsicha cortada e que recebe um molho feito com tomate, curry, pimentão, pimenta, sal e açúcar. 
A Alexanderplatz fica no antigo lado oriental, que existia quando Berlim era cortada pelo “muro da vergonha”. De 1961 a 1989, uma reforçada estrutura de concreto, cercada por um ferrenho aparato de segurança, tinha a missão de demarcar a área que apoiava a União Soviética (o leste, comunista) e a que respondia aos Estados Unidos (o oeste, democrático), como parte da Guerra Fria que opunha os dois países. Restos do gigante de concreto, que, pelas mãos dos berlinenses dos dois lados, começou a vir a baixo em 9 de novembro de 1989 – ou seja, em 2014 completam-se 25 anos da queda, que está merecendo uma programação especial por lá –, podem ser vistos em diversos pontos. 
Um dos mais bacanas é o East Side Gallery, entre os badalados bairros de Kreuzberg e Friedrichshain. Em 1990, depois da reunificação e da abertura política, 118 artistas de 21 países foram chamados para pintar 1,2 km do outrora muro cinzento, e o painel mais famoso mostra um beijo na boca entre Erich Honecker e Leonid Brejenev, que lideraram, respectivamente, a Alemanha Oriental e a União Soviética. Nessa toada, outro lugar interessante é o Checkpoint Charlie, que recria um posto de controle exatamente num dos locais mais usados pelos moradores para passar de um lado ao outro da cidade, tal qual na época em que existia o muro. Atualmente, é algo bem cenográfico: ali, há a réplica da guarita e de placas usadas nos tempos da infame muralha, além de um oficial, de mentirinha, sempre a postos para participar das fotos dos turistas.
LUGAR DE FESTA
Quem tiver disposição pode ir andando do Checkpoint Charlie ao grande cartão-postal berlinense, o Portão de Brandemburgo, separados por pouco mais de 1 km. Desde que serviu como palco para os festejos pela queda do muro, o imponente pórtico é o cenário para todo protesto e comemoração, mas, mesmo sem festa, o burburinho ali é constante. Afora os turistas, compõem o cenário charretes e “tricicletas”, que levam os visitantes para uma volta pela vizinhança, que guarda o impactante Memorial do Holocausto. Na Eberstrasse, uma das principais avenidas de Berlim, um quarteirão é tomado por 2.712 blocos retangulares de concreto, que lembram os judeus mortos na Segunda Guerra. Quem caminha entre as estruturas encontra a porta que leva ao museu dedicado ao assunto e descobre, logo à frente, uma vista prazerosa: o parque Tiergarten.
A vocação para abraçar o novo, sem esquecer o passado, também se revela em locais como a Potsdamer Platz, praça a quatro quadras do memorial e que havia ficado esquecida nos tempos do muro. Depois da reunificação, porém, a Potsdamer ganhou prédios comerciais, museus e construções modernérrimas. É o caso do Sony Center, que abriga a sede europeia da Sony e uma porção de restaurantes, cinemas, o Film Haus (Museu de Filmes) e o Legoland Discovery Centre, que, da fachada às atrações, é dominado pelas coloridas peças de montar. 
Outro símbolo do renascimento do país é o Reichstag. Datado de 1884, o Parlamento sempre esteve no centro da história alemã: foi atacado na Segunda Guerra, abandonado quando o país se dividiu e voltou aos holofotes quando sediou a primeira sessão parlamentar da Alemanha reunificada, em 1990. Para celebrar esse retorno ao centro da política nacional, o prédio de linhas clássicas foi restaurado e ganhou uma arrojada cúpula de vidro assinada pelo arquiteto Norman Foster. Nascia um ícone da almejada transparência política e do novo momento que o país desejava viver, o qual pode ser explorado por dentro. A entrada é gratuita, mas deve se reservar com antecedência, pelo site www.bundestag.de, as andanças no domo espelhado, cujo terraço, onde fica um restaurante, descortina uma bela vista da capital.
INFINITA OFERTA CULTURAL
Já na hora de abastecer o lado cultural, é até difícil escolher o que fazer, já que a oferta da cidade é absurda. Só na Ilha dos Museus (Museumsinsel), área às margens do Rio Spree, há cinco museus que cobrem mais de cinco mil anos de história. O Pergamon recria a arquitetura de Roma, Egito e Babilônia e ainda apresenta obras islâmicas; o Altes detém a maior coleção artística do mundo dedicada a Grécia, Roma e Etrúria; o Neues conta com peças do Egito Antigo, incluindo o famoso busto da rainha egípcia Nefertiti; a Antiga Galeria Nacional dedica-se à arte europeia; e o Bode exibe um acervo no qual se destacam esculturas e a arte bizantina. Outro museu de primeira é o Hamburger Bahnhof, de arte contemporânea, que ocupa uma antiga estação de trem e tem sempre exposições interessantíssimas. E ainda há 400 galerias esperando os visitantes. 
Na cidade onde viveu o dramaturgo Bertolt Brecht (1898-1956), o teatro é destaque também. Vale conferir um concerto – já que entender uma peça, em alemão, é para poucos – ou só visitar o Theater am Schiffbauerdamm, sede da companhia do autor, a Berliner Ernsemble. A linda construção de estilo neobarroco foi inaugurada em 1892 e ostenta um interior decorado com lustres, veludos e espelhos. No encalço de Brecht, você ainda pode visitar a casa onde ele viveu, em Chausseestrasse, e comer no restaurante ao lado, com receitas austríacas que eram preparadas por sua mulher. Na realidade, não é preciso muito esforço para se deparar com arte e agitos. Basta flanar. No Mercado de pulgas que rola aos domingos no Mauerpark, nunca se sabe que maluquice vai ocorrer. Performances de artistas de rua, karaokê, teatro improvisado, abraços de graça, protestos? Isso é Berlim. E ela tem o dom de sempre surpreender você.

Aproveite o pit stop em Frankfurt

        A chegada à Alemanha em voos diretos do Brasil pode ser em Munique (cidade incluída neste roteiro) ou Frankfurt, o que é bem mais provável, já que a metrópole é um dos grandes hubs da Europa e destino da maioria das rotas saídas de São Paulo (SP). Portanto, já que você estará lá, aproveite para conhecê-la também.
Com arranha-céus envidraçados e arquitetura moderna, ela é bem diferente das vizinhas e até por isso costuma ser renegada pelos turistas. Mas Frankfurt não tem apenas esse lado urbano e arrojado: ela guarda um dos mais belos centros históricos do país. É o Römerberg, uma praça rodeada de casinhas típucas para lá de charmosas. Erguidas originalmente nos séculos 14 e 15, essas construções foram arrasadas na Segunda Guerra, mas refeitas exatamente como eram no período medieval. Também estão por ali a Fonte da Justiça, de 1543, a Igreja Alte Nikolaikirche e a linda Catedral de São Bartolomeu, cuja torre do relógio é avistada de vários pontos. Enfrente os 328 degraus que levam ao seu topo e você será recompensado com um senhor visual. 
Mais um panorama bacana se tem da Main Tower, um arranha-céu moderno com um restaurante panorâmico no 560 andar. Outra praça atraente é a An der Hauptwache, onde está o café Hauptwache, que ocupa uma fofa construção barroca de 1729. A casa, que serve especialidades da cidade e do país, fica em meio ao Zeil, calçadão repleto de lojas, e é uma bem-vinda parada depois das compras, oferecendo delícias como Frankfurter würstchen (salsicha de Frankfurt) e apfel strudel (torta de maçã). Se você tiver mais um dia, pode até dar uma esticada a Heidelberg, burgo medieval do século 12 e uma das cidades mais bonitas da Alemanha. Está a apenas 90 km de Frankfurt (40 minutos de trem) e rende um ótimo passeio bate e volta.

Dia. 5 POTSDAM.  Castelos e parques idílicos à beira do Rio Havel

             Antiga residência dos reis da Prússia (território que deu origem à Alemanha moderna) e, por isso mesmo, dona de um elegante panorama, no qual se sucedem um grande número de palácios e parques, a cidade de Potsdam, a 37 km de Berlim e considerada Patrimônio da Unesco, é o passeio preferido dos turistas nos arredores da capital. E é muito prático chegar lá: basta embarcar nos trens do sistema S-Bahn, que atende a região metropolitana de Berlim. São 46 minutos de viagem desde a estação Alexanderplatz, ou 40 minutos a partir da Berlin Hauptbahnhof. 
O cartão-postal de Potsdam é o Palácio Sanssouci, de estilo rococó e erguido no alto de uma colina, nos anos de 1740, para ser o refúgio de verão de Frederico, o Grande (1712-1786), monarca que, como nenhum outro, marcou a cidade: em seu reinado, floresceram os castelos e parques que tanto fazem a fama local. Tanto quanto visitar o requintado interior do Sanssouci, que conserva o mobiliário e muitas obras de arte da época do rei, o negócio é curtir o parque do palácio, cheio de árvores e plantas raras. Repare nas laterais da escadaria que conduzem à construção real, onde há grades verdes cercando mudas muito bem cuidadas. Se o sol apertar, os bancos protegidos por bucólicos arcos recobertos por folhagens convidam ao descanso. 
A cidade também oferece um centrinho charmoso, com destaque para o quarteirão holandês, área com 134 casas de tijolos vermelhos, datadas de 1734. Conhecida como “pequena Amsterdã”, o pedaço é uma pedida e tanto para um pitstop em seus inúmeros cafés, lojinhas e restaurantes. Para esticar o momento relax, outra delícia, muitas vezes ofuscada pelo brilho do Palácio Sanssouci, é o Parque Babelsberg. Quando o outono se aproxima (fim de setembro), a área verde vira um show de cores, com as folhas vermelhas e amarelas das árvores tingindo o ambiente. Também contribuem para a gostosa atmosfera os cafés e restaurantes que ocupam o antigo castelo e as diversas ruínas que existem no parque, alguns propiciando vista para o Rio Havel. 
Outro símbolo do bairro de Babelsberg é o estúdio de cinema homônimo, que é o mais antigo do mundo entre os complexos do gênero – está na ativa desde 1912. Sua era de ouro foi nos anos de 1920, quando recebeu as filmagens, por exemplo, do clássico Metropolis, dirigido pelo austríaco Fritz Lang. Nessa mesma época, a cidade atraiu outro ilustre morador, o genial físico Albert Einstein. De 1929 a 1933, antes de partir para os Estados Unidos, onde acabou fixando residência, Einstein morou na Vila de Caputh, em uma casinha de madeira vermelha que segue de pé até hoje e que pode ser vista por quem pega o ônibus 607.

Dia 6 e 7. Dresdem. A silhueta barroca do Elba

         Se em Potsdam o soberano mais lembrado é Frederico, o Grande, em Dresden, a 192 km de Berlim, o nome que você mais vai ouvir é o de Augusto, o Forte (1670-1733). O inovador, e mulherengo, rei foi o responsável pela criação das edificações mais monumentais da cidade, como a Igreja das Mulheres (Frauenkirche) e a construção barroca mais arrebatadora da Alemanha, o Palácio Zwinger. Com tamanha imponência e esplendor, não é à toa que Dresden já mereceu o título de “Florença do Norte”. 
Ao passear pelas margens do Elba, rio que corta essa metrópole de 530 mil habitantes, contemplando o visual dominado por deslumbrantes prédios barrocos, mal dá para imaginar que toda essa maravilha foi – e continua sendo  totalmente reconstruída, já que a cidade foi reduzida às cinzas poucos meses antes do fim da Segunda Guerra: em 13 de fevereiro de 1945, Dresden foi fortemente bombardeada pelos aliados. Contudo, com toda a objetividade e persistência tão peculiares aos alemães, a vizinhança reergueu-se. E hoje se exibe praticamente tal qual em seus momentos áureos. Assim, ao circular, por exemplo, pelo Palácio Zwinger, dá para se sentir nos tempos da corte de Augusto, o Forte.
O estupendo palácio foi criado para receber festas e propiciar o lazer da realeza. Jardins milimetricamente desenhados, inúmeras fontes e um “exército” de estátuas de anjinhos rechonchudos e gárgulas ornamentam os quatro cantos da construção, onde, atual mente, não é raro se deparar com apresentações de balé, música ou coral. E, entre os cliques aqui e um concerto acolá, as visitantes do sexo feminino, sobretudo, fazem travessuras, como deixar uma marca de batom no bumbum da escultura de um anjo parrudo, de certa forma remetendo às peripécias amorosas que constam da biografia do mulherengo rei Augusto, que, felizmente, também entrou para história por gostar das artes. 
Prova disso é que o palácio abriga seis museus, com destaque para a Galeria de Pintura dos Antigos Mestres (Gemäldegalerie Alte Meister), que guarda em seu acervo Madona, de Rafael, além de obras de Boticelli, Tintoretto e Rembrandt, compradas por Frederico Augusto II, filho de Augusto. 
O Zwinger, porém, está longe de ser a única construção suntuosa que emoldura o Elba. Como uma das margens do rio concentra o centro histórico, as andanças – ou pedaladas, já que há ciclofaixas ao longo do Elba, ou, ainda, tours de barco – revelam muitos outros prédios magníficos. Logo ao lado do palácio está a ópera de Dresden, onde já se apresentaram nomes imortais da música clássica alemã, como Wagner e Strauss. Também soberbo é o castelo (Residenzschloss) local. Antiga sede do governo da Saxônia (região onde está Dresden e que por muitos séculos foi um Estado independente), o complexo, que também foi a residência oficial da realeza do século 12 até 1918, merece ser visto por dentro, já que guarda tesouros como a pomposa coleção de cerâmicas e de joias.  
É tanto zelo com a estética que mesmo os muros do centro antigo ganham status de obra de arte. Perto da monumental igreja lutera - na Frauenkirche – que ruiu quase totalmente nos bombardeios de 1945 e em cujo subsolo foram mantidos esculturas, partes de paredes e outros objetos do templo que sobreviveram aos ataques –, exibe-se o maior mosaico de porcelana do mundo. Ele foi feito com 25 mil pastilhas e se estende por 102 metros, mostrando os 93 príncipes que mais se destacaram na história da Saxônia. Os icônicos Augusto, o Forte, e Frederico Augusto II, seu filho, estão bem no meio do painel. 

DO OUTRO LADO DO RIO
Um empolgante contraste com toda a opulência histórica de Dresden se dá na outra margem do Elba, na chamada Cidade Nova (Neu -stadt). Esse é um bairro alternativo e animado, cheio de bares, cafés, lojas de roupas e acessórios “diferentes” e galerias de arte que ocupam casas coloridas, acessadas por passagens insuspeitas que levam a pátios com instalações e esculturas, como funis gigantes. Enquanto o centro histórico se reergueu mantendo o pé no passado, é em Neutstadt que rolam os experimentalismos de artistas e estudantes.
E não foi só o gênio humano que talhou a silhueta exuberante do Elba. Enquanto Dresden nunca deixa de impressionar com a sucessão de monumentos e construções barrocas, a região de Sächsische Schweiz – a “Suíça da Saxônia”, alcançada com os trens do sistema S-Bahn – compete de igual para igual ao exibir desfiladeiros naturais com formatos esplêndidos. A região dominada por cadeias montanhosas se estende até a República Tcheca, mas é mesmo em solo alemão, nos arredores da vila de Rathen, que você vai se deparar com um dos panoramas mais bonitos: um labirinto suspenso entre os desfiladeiros e uma ponte com 305 metros de altura, que encantam os visitantes desde 1851, quando foi erguida. Outro ponto alto, literalmente, é a fortaleza no vilarejo de Königstein, que por 330 anos funcionou como prisão. Mais do que a exposição, o local vale pelo visual esplêndido, em que o Rio Elba recorta os penhascos e desfiladeiros. 

Dia 08 e 09. COLÔNIA. Da catedral ao carnaval e à água de colônia, uma cidade cheia de símbolos

          Em Colônia, na porção oeste do país, assim como se dá em Dresden (cidade da qual dista 574 km), é um rio, no caso o Reno, que marca o contorno do município. É ele que corre sob a Ponte Hohen zollern, dona de arcos de ferro em forma de semicírculo, conduzindo a visão até o ponto alto, literalmente, da paisagem: a magistral catedral gótica de Colônia. Essa linda imagem fica presa à memória, assim como a do sem-fim de cadeados trancados no gradil da ponte, que prometem não deixar o amor escapar. 
Tal panorama especialíssimo, porém, não é o único emblema da cidade. Vida noturna vibrante e compras sofisticadas, sem contar os vários ícones locais – como o carnaval, a cerveja kölsch e a perfumada água de colônia –, também são um convite a explorar a urbe, fundada pelos romanos em 38 a.C. Essa origem explica muitos aspectos da realidade local, como a predominância do catolicismo na região e das igrejas de estilo românico, a maioria construída entre 1150 e 1250 e espalhada pelo centro. Uma das mais bonitas é a dedicada a São Martim, no antigo mercado de peixes, que, toda sóbria, destoa das casinhas coloridas que enfeitam a beira do Reno.
Mas o coração espiritual e geográfico da cidade está mesmo na praça da Catedral de Colônia (Kölner Dom), uma das maiores de estilo gótico na Europa, erguida entre 1278 e 1880. Ali dentro, entre tantas maravilhas, destaca-se o santuário dos três reis magos, atrás do altar principal, onde fica a bela urna em que, acredita-se, estão guardados seus restos mortais. E basta andar alguns passos para dar de cara com um completo contra ponto a esse imponente e icônico marco arquitetônico. Na mesma praça, o Museu Ludwig é uma meca da arte pós-moderna. O acervo abriga trabalhos de pesos-pesados da pop art norte-america na, como Andy Warhol e Roy Fox Lichtenstein, entre outros artistas dos séculos 20 e 21. O clima moderninho e descolado – bares da moda, galerias, lojas alternativas e restaurantes badalados – também dá o tom no Bairro Belga (Belgisches Viertel): é como encontrar um pouco da atmosfera criativa e tresloucada de Berlim em plena Colônia.
CERVEJA E CARNAVAL
Para interagir com os moradores e mais uma vez confirmar que os alemães sabem ser informais e divertidos, a boa é fazer um pit stop, especialmente à noite, numa das cervejarias e provar a kölsch. Essa é a loira produzida unicamente na cidade (e também nome de uma marca local de cerveja), a qual é clara, de alta fermentação e com teor alcoólico mediano (4,8%), servida num copo de 200 mililitros que parece um tubo de ensaio. Garçons passam com bandejas com os copinhos encaixados em grades, como velas em um candelabro, sempre a postos para substituir seu copo vazio por um cheio. Quando não quiser mais beber, é só tampar a boca do copo. Com o passar das horas, os bebedores ficam, é óbvio, mais falantes e alegres, situação ainda mais evidente durante o famoso carnaval local. 
Ainda que os nativos não tenham aquela ginga, Colônia celebra um carnaval nos moldes do brasileiro, com desfiles, carros alegóricos, marchinhas e pessoas fantasiadas – e com roupas quentinhas, já que a folia começa no inverno, e com precisão germânica, em 11 de novembro (11/11), às 11h11. 
O diferencial fica por conta das apresentações teatrais de comédia e de um desfile que, à parte envolver dança e música, rende uma chuva de doces atirados carinhosamente na plateia. É um evento tão importante para quebrar o gelo do inverno que a temporada de festanças é chamada de a quinta estação do ano. Caso esteja lá nessa época, prepare-se para entornar muita Kölsch e soltar a frase Köln alaaf!, falada na hora de virar o caneco e que significa algo como mandar tudo para dentro. 
Mas, se você prefere um cheiro mais agradável do que o da cerveja, o lugar que não pode faltar entre seus passeios está na rua Clockengasse. Ali é vendida a água de colônia – um clássico local – da marca 4711, a mais famosa entre as produzidas na cidade, cujo nome remete ao número da casa onde o produto é fabricado desde os tempos em que Napoleão ocupou a cidade e organizou as ruas numerando as construções. A loja tem ainda um belo relógio que, de hora em hora, exibe soldadinhos em marcha.

DIAS 10 A 12. ROTA ROMÂNTICA: Viva um conto de fadas ao longo de 400 km

          O destino final deste roteiro é Munique, mas, em vez de partir direto para a capital da cerveja, a ideia é, de Colônia, se dirigir a Würzburg, a 300 km de distância e onde se inicia a encantadora Rota Romântica, de modo a descer aos poucos em direção ao sul do país. Seguindo essa tática, você terá um bônus e tanto: em meio à suspirante paisagem entrecortada por vales, rios e montanhas, surgem mágicas cidades e vilarejos, como a própria Würzburg, além de Füssen – casa do soberbo Castelo Neuschwanstein – e Rothenburg-ob-der-Tauber, graciosa e perfeitinha feito um presépio de Natal. 
Três dias são ideais para curtir, com certa calma, os principais destinos da rota, onde não faltam charmosas construções enxaimel, igrejas vistosas e castelos que parecem saídos de um conto de fadas. Há quem faça a viagem com os trens regionais. Outros alugam um carro. E até as bicicletas são cada vez mais usadas para chegar às lindas cidadezinhas, já que a vizinhança pode ser atravessada por uma ciclovia de 460 km totalmente demarcada para os que seguem na magrela. 
Seja qual for o meio de transporte escolhido, Würzburg é um adorável ponto para começar a descobrir os encantos da Rota Romântica. Conhecido pela produção de vinhos, o lugar enche os olhos dos visitantes com o Residenz, palácio barroco, de 1720, às margens do Rio Main e mais uma portentosa construção alemã tombada pela Unesco. A monumental escadaria arqueada conduz à suntuosa residência de 350 cômodos, que hoje abriga sobretudo órgãos do governo. A entrada só é permitida num tour organizado pelo complexo, que revela lindezas como o grande salão, a capela, objetos de ouro e tapeçarias. Na margem oposta do rio, concorre pela atenção a Fortaleza de Marienburg, que junta ainda um palácio e uma igreja que remonta ao ano 1.000.

A próxima parada é a cidade medieval tida como a mais preservada da Europa, o que não é pouca coisa em se tratando do Velho Continente: Rothenburg-ob-der-Tauber, que significa acima do Rio Tauber. Ali, passear pelas vielas de pedra, seja a pé ou em charretes enfeitadas, é como entrar num quadro antigo ou numa fábula infantil. E a comparação é totalmente cabível, já que as fofíssimas construções de Rothenburg inspiraram o cenário do filme Pinóquio, da Disney. E que gracinha é mesmo a arquitetura da cidade, com suas emblemáticas fachwerkhäuser, casinhas com detalhes de madeira e telhado de tijolos vermelhos, enfeitadas por floreiras repletas de rosas vermelhas e envoltas pela antiquíssima, e praticamente intacta, muralha. Com essa preciosa atmosfera medieval, os alemães dizem que, em Rothenburg, pode-se celebrar o Natal o ano todo. Aliás, os mercados natalinos, em dezembro, atraem uma legião de turistas. 
O que já estava sensacional fica definitivamente arrebatador em Füssen, o gran finale da Rota Romântica. A cidade é a casa do Castelo Neuschwanstein, o mais icônico e fotografado da vizinhança. A fabulosa obra foi planejada pelo rei Ludwig II (1845-1886), que ganhou a alcunha de “o maluco”, já que o que deveria ser uma grandiosa residência real, e só, transformou-se numa construção nababesca, um devaneio marcado pela mania de grandeza do monarca. Não à toa, o sonho mirabolante de Ludwig acabou parando no mundo da fantasia: o palácio inspirou Walt Disney a criar o Castelo da Cinderela na Disney de Orlando. 
Apesar dos delírios do soberano, e dos custos altíssimos das obras, é inegável a magnitude dessa ode à beleza e ao orgulho alemão, como comprova, entre tantos outros ambientes, a sala dos menestréis, arquitetada para alimentar a obsessão do rei pelos cavaleiros medievais e pelas óperas de Wagner. Mas foi tanto trabalho para tão pouco proveito por parte do rei... Ludwig II só ocupou a nova casa por 170 dias, pois morreu afogado no Lago Starnberg, sob circunstâncias suspeitas, em 13 de junho de 1886. 
Para conseguir os melhores cliques mostrando o castelo no topo da montanha, cercado de árvores, volte a Füssen, que fica na parte baixa do morro, e se posicione na Ponte Marienbrücke. O visual é deslumbrante, para dizer o mínimo. Depois, aposte numa vagarosa caminhada ao longo do Lago Alpensee, onde dá para fazer um passeio de pedalinho, que mais uma vez propicia uma vista impactante, em diferentes ângulos, das montanhas ao redor e dos castelos – sim, o centrinho de Füssen exibe outro castelo, o Hohenschwangau, de onde o rei louco acompanhava, com uma luneta, a construção de Neuschwanstein.

DIAS 13 A 15. MUNIQUE. Terra da cerveja, da BMW, do time do Bayern, da arte contemporânea...

        Para comemorar o sucesso da viagem, nada como fazer (mais) um brinde em Munique, a capital alemã da cerveja e onde termina este roteiro, com uma maß, aquela canecaça que recebe um litro da loira. Em nenhuma outra cidade do país tradição e novas tendências se misturam tanto. De um lado, os münchners (nativos de Munique) prezam pela cultura regional e passeiam pelos biergartens – pontos que vendem a bebida e oferecem bancos de madeira coletivos sob as árvores – vestidos a caráter, com camisa xadrez e a típica calça curta, além de chapéu pontudo verde e suspensório. Por outro lado, lá está tudo o que há de mais moderno em termos de moda, compras, gastronomia, arte e arquitetura, como comprova a arrojada Allianz Arena, estádio de futebol do poderoso Bayern (e também do TSV 1860, a outra equipe que joga pela cidade). 
Se não houver uma partida quando você estiver lá, dá para fazer um tour pelo campo e pelo museu do Bayern, que reúne fotos e itens que foram usados pelos craques do time. Também estão previstas andanças nos bastidores do estádio, como os vestiários – o destinado ao Bayern é decorado em vermelho, a cor do clube, e cada joga dor tem uma cabine que, em dia de jogo, recebe seus apetrechos e sua respectiva foto. 
A paixão da cidade pelos esportes, e pela velocidade, também é sentida no Parque Olímpico, erguido para os jogos de 1972. Além da estrutura criada para a competição e desfrutada pelos moradores – que podem rolar dentro de bolas de plástico no lago usado nas provas aquáticas ou subir ao topo da torre olímpica, a 182 metros de altura –, a área concentra o moderno complexo da BMW, cujo projeto remete ao motor de quatro cilindros da marca. 
Os veículos da montadora são produzidos nesses espaço, mas o que interessa aos aficionados por automóveis e velocidade são os ambientes e atrações que podem ser visitados: o museu que mostra a evolução dos carros ao longo dos séculos 20 e 21 e o showroomcom modelos que estão entre os mais desejados do planeta, onde os fãs podem entrar nos veículos e encarar corridas simuladas em vídeo games. 
A vibe moderninha se completa nas artes, seara que impressiona não só pela cena criativa que rola na cidade e pelos acervos ali expostos, mas pela própria arquitetura dos museus, como o Brandhorst, com peças dos séculos 20 e 21, e a Pinacoteca do Moderno, o maior museu de arte moderna da Alemanha.

CERVEJA E SALSICHAS