quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Berlim 20 anos após a queda do muro

Berlim virou do avesso. Duas décadas depois da queda do muro, a cidade trocou o cinza por todas as cores. A insensatez política deu espaço à voracidade cosmopolita. E o discurso uníssono se calou para uma inimaginável efervescência cultural. A festa está marcada para o dia 09 de novembro, mas, faz tempo, não se fala em nada além do aniversário de 20 anos da implosão a golpes de martelo e bom senso da parede de 155 quilômetros que separou as duas Alemanhas até 1989. Pelas esquinas ecoa a expressão “nach der wende” —, algo similar a “depois da virada”. Cada um tem sua opinião (veja só que avanço!) sobre o novo momento vivido na capital alemã, mas ninguém ousa negar que a cidade nunca esteve tão madura, no ponto certo para receber os forasteiros. O passado conturbado (nazismo, duas grandes guerras e o tal muro) deu a Berlim o ar de uma garota experiente. Daquelas insinuantes e imprevisíveis.


 “É tudo controverso, multicultural e deliciosamente desordenado”, diz o designer Lars Stroschen, nascido no bairro ocidental de Wilmersdorf em 1961, ano em que os cidadãos foram surpreendidos com a subida do muro na calada da noite. Lars é o autor do projeto Hotel Propeller, no qual os quartos são gaiolas, celas e caixões. “Um desafio aos sentidos, assim como Berlim, resume. Apaixonado pela cidade, o designer é daqueles que entram no metrô e desembarcam aleatoriamente quando as portas se abrem. A idéia é excelente também para o viajante que quer ir além  do óbvio na maior cidade da Alemanha. Mas para o caro leitor ganhar tempo, siga em frente neste texto e veja o mapa da página 58. Já garimpamos as principais atrações, convencionais ou não, do roteiro turístico da capital.
Alem das possibilidades fixas no cardápio (só de museus são 170), os mais de 8 milhões de turistas esperados em 2009 têm à disposição nos próximos meses uma recheada programação por conta do conta do jubileu. Desça, por exemplo, em qualquer estação do centro da cidade, onde se espalham o Portão de Brandemburgo, o Parlamento alemão (Reischstag), a Ilha dos Museus (Museuminsel), o Memorial do Holocausto e a Alexanderplatz, com sua imponente torre de TV. Pegue o  metrô U6 e desça na estação Oranienburger Tor. Essa parte do Mitte, como o centro é conhecido, é chamada de Scheunenviertel (vá se acostumando com as palavras do idioma de Brecht e Goethe). Caminhe então pelos cafés, bares e restaurantes descolados da Oranienburger Strasse até o número 54-56. Ao chegar a este ponto não se assuste: o edifico da casa de arte Tacheles é meio capenga mesmo. Destoa do restante do comérico.
 Chamada pelos guias de viagem como a “Capela Sistina do Grafite”, o local abriga um centro de cultura alternativa com teatro, cinema, galerias, estúdios  e o Biergarten (espaço a céu aberto para bebericar). O prédio foi construído em 1907 como um centro de compras. Durante a Segunda Guerra foi ocupado pela administração do partido nazista. No período da República Democrática Alemã (RDA) cogitou-se a possibilidade de destruí-lo por falta de verbas para reconstrução. Mas o governo comunista nunca levou o plano adiante. Após a queda do muro, o espaço foi “descoberto” por artistas , atraídos pelos alugueis acessíveis (na época) e pelos prédios abandonados, que rapidamente foram transformados em estúdios e ateliês.
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Claudia Viehl foi uma dessas artistas farejadoras. Ela chegou em Berlim cinco anos após a reunificação para estudar na escola de artes “Die Etage”, no bairro Kreuzberg. Do seu ateliê no quarto andar do Tacheles, a pintora comenta como a cidade se transformou duas décadas pós muro. “Você está vendo aquela casa ali na frente?”, diz, enquanto aponta a artista pela janela para o outro lado da Oranienburger Strasse. Ela mostra um prédio de aspecto abandonado, sem pintura e escuro. “Tudo era assim”, diz ela. Por seis anos, Claudia morou na Sophienstrasse, no Mitte, mas teve de sair, pois seu prédio entrou no roteiro da reconstrução. De lá, o destino da artista foi Neukölln, região em que os preços dos aluguéis ainda hoje são atrativos.
Ela convida os leitores para uma visita ao seu ateliê (há obras que variam de 2 a 1000 euros) e sugere uma cerveja ao entardecer, a 207 metros do chão, na torre de TV da Alexanderplatz, símbolo da ex - Berlim Oriental. A idéia é chegar um pouco mais para espiar a exposição a céu aberto “Revolução Pacífica 1989/90” , um apanhado de 700 fotos e documentos sobre as passeatas daquele período. Ao desembarcar na estação de metrô Alexanderplatz (U2, U5 e U8) já é possível avistara antena. Em cartaz até 14 de novembro e com legendas em inglês, a mostra reconta os protesto dos alemães orientais contra o regime do partido comunista. Um pavilhão de informações, no centro da exibição, abriga uma pequena livraria com material sobre o tema.
Para respirar mais história, vá até Friedrichshaim. Afinal, ninguém é louco suficiente para vir a Berlim e não ver com os próprios olhos os resquícios de 1.300 metros de muro, que se tornaram ponto turístico na cidade. Este é o trecho mais bem preservado, localizado entre a estação Ostbahnhof e a ponte Oberbaumbrücke. Em 28 de setembro de 1990, às vésperas do primeiro aniversário da queda, 118 artistas de todo o mundo pintaram o monstrengo de concreto e inauguraram a East Side Gallery. As intervenções artísticas estão em processo de restauração para as comemorações de 09 de novembro. Há também outros resquícios do muro no Mauerpark, no bairro de Prenzlauer Berg. Desça na estação de metrô Eberswalder Strasse (U2) e siga pela rua homônima. Continue até que ela passe a se chamar Bernauer Strasse. O parque é logo ali. Mais à frente, no número 111, há também um centro de documentação com exposições e informações históricas.
 Mas imperdível mesmo é o Flohmarket (mercado de pulgas) do parque todos os domingos. É possível garimpar livros, discos, CDs e objetos antigos. Toda semana, Maria Lidola, estudante de antropologia da “Freie Universität” (Universidade Livre de Berlim), vende colares e brincos artesanais no Mauerpark. Ainda criança, ela viajou cerca de 160 quilômetros de Hoyerswerda, sua cidade natal, a Berlim. A bordo de um Trabant (aquele automóvel típico da ex-Alemanha Oriental, “Trabi” para os mais íntimos), acompanhada por mais cinco membros da família, ela pisou em 1991 pela primeira vez na atual capital alemã. “Berlim tinha cheiro de loja”, conta. Para os olhos acostumados à sisudez comunista, tudo pareceu colorido.“Eu via rosa, roxo e verde fluorescente por todos os lados”.
Ao caminhar recentemente pela Senefelderplatz, em Prenzlauer Berg, a estudante se deu conta de como a paisagem da região foi redesenhada. “Antes era um espaço alternativo. Agora está tudo arrumado, com árvores e banquinhos. Está bonito, mas mudou de personalidade”. O fato é que nenhum outro bairro rejuvenesceu tanto como o central Mitte. Mas antes de desvendar esse pedaço de Berlim, faça uma pausa no café “Kauf Dich Glücklich”, na Oderberger Strasse, 44. Não será difícil identificar o espaço — mesas, cadeiras e guarda-sóis multicoloridos, além de um tanque de areia para as crianças, marcam a fachada. O misto de café e loja foi idéia dos designers Andrea Dahmen e Cristoph Munier. Além dos fantásticos sorvetes e waffels produzidos artesanalmente, tudo que compõem o ambiente, como acessórios, brinquedos e a própria mobília, está à venda. A maioria dos móveis (da década de 1950 a 70) foi garimpada pela dupla durante a faculdade. Na unidade da Kastanienallee, 54, há ainda roupas descoladas.
Lojinhas desse tipo, cheias de charme, há aos montes em Prenzlauer. Nos tempos vermelhos, o bairro não era exatamente uma região nobre para se morar e por isso foi ocupada por artistas, intelectuais e dissidentes políticos. O antropólogo Matthias Lewy, por exemplo, saiu de Magdeburg (capital do estado Sachsen-Anhalt) em 1993 para estudar em Berlim e escolheu para morar exatamente Prenzlauer. “Naquela época, os resquícios da subcultura oriental eram muito presentes”, conta. “Os apartamentos ainda não tinham sido renovados e todo porão era um espaço em potencial para festas, músicas e apresentações”. Um cenário bastante atrativo.
Hoje, Matthias, assim como a artista Claudia, mora em Neukölln e costuma se divertir em Kreuzberg, região que abriga vibrante vida noturna. A porção oriental do badalado bairro ainda é chamada pelo antigo código postal SO36. É por aqui também, mais especificamente na Oranienstrasse, que ocorrem todos os anos as manifestações do dia primeiro de maio. Com a queda do muro, essa área perdeu o status de periferia da Berlim Ocidental e passou a ser localizada como centro “alternativo” da nova capital. Para captar melhor essa atmosfera quase underground, caminhe pela Oranienstrasse. Entre sem compromisso na livraria “Kisch & Co”, no número 25. Além de livros de arte, guias e outros achados, há no espaço detrás da loja a galeria NGBK. As exibições são geralmente gratuitas e de qualidade. Em outubro, por exemplo, o programa traz a mostra Alemanha — Coréia: Migração durante a Guerra Fria (Deutschland-Korea: Migrationsbewegungen im Kalten Krieg).
Ali do lado, no número 22, a “Modern Graphics — comics & more” oferece grande variedade para os amantes de designer e das artes em quadrinhos. Apesar do grande acervo de revistas (HQ´s) e livros, a loja conta também com algumas bolsas, camisetas e acessórios temáticos. Do outro lado da rua, no número 190, está o lendário clube SO36, fundado no começo da década de 1970. O nome faz jus à antiga cena do bairro, mantida pela programação musical  diferenciada e pelo público, uma galera nada mainstream.
Já na parte ocidental de Kreuzberg, quase ao chegar no Mitte, as grandes atrações são o “CheckPoint Charlie” e o Mauermuseum (Museu do Muro). Em um dos pontos mais tensos da antiga fronteira entre as duas Alemanhas, hoje só resta o comércio turístico. Alunos de uma escola de atores imitam soldados, posam fantasiados para fotos e vendem carimbos com os antigos vistos. Ganhar sete estampas no passaporte custa cinco euros, mas há outras ofertas com maior ou menor número de variações. “Um dos mais populares são os da DDR e do Exército americano”, diz o vendedor que não quis se identificar. “Pode me chamar de Charlie”.
Alta gastronomia para cego
 Assim como tudo na cidade, a gastronomia berlinense também tem um delicioso charme experimental. Na Brunnenstrasse 9a (Mitte) que o chef Ulrich Krauss prepara a cada dois meses diferentes menus. O “Zagreus Projekt”, criado por ele há nove anos, não é um restaurante propriamente dito. Trata-se de um espaço galeria capaz de comportar até 34 pessoas. De tempos em tempos, Ulrich convida artistas para expor por ali e desenvolve menus em sintonia com o trabalho artístico apresentado. “Eu tento criar uma simbiose e fazer com que as pessoas interpretem a comida de um jeito diferente”. Sentado à mesa no jardim do restaurante, o despojado Ulrich revela pouca coisa sobre a próxima exposição. “As pessoas poderão ouvir textos produzidos por autistas enquanto jantam”, diz sem entrar em detalhes. Como o espaço não abre todos os dias e com regularidade, é preciso fazer reserva. “Berlim sempre teve boa reputação pelo seu poder criativo”, diz o chef. “E embora a cidade esteja atualmente muito mais organizada, este aspecto imaginativo ainda é bastante presente”, finaliza.
Para radicalizar, você pode comer na total escuridão no Unsicht-Bar, na Gormannstrasse 14 (Mitte). O jantar começa com a escolha do menu em um ambiente ainda iluminado. Em seguida, os convidados são conduzidos para a sala de degustação, onde não há o menor vestígio de claridade. Pode soar um pouco estranho, mas é impressionante como a equipe de garçons (cegos) se vira bem na tarefa de ajudar os visitantes até que todos se acostumem à ausência de luz. Então, é só aproveitar os sentidos que lhe restam durante o jantar. Há seis opções de menu com entrada, sopa, prato principal e sobremesa (custam de 38,50 a 55,50 euros).

Ficar!
No ano passado, o serviço de estatística de Berlim registrou um total de 17,7 milhões de pernoites na cidade. Seja em hotéis-boutiques, de arte, com standard internacional ou até mesmo hostels, Berlim ainda possui preços bastante camaradas em relação a outras capitais européias. Aviso: os preços abaixo se referem a uma diária para o casal, mas não levam em consideração promoções, variações sazonais de preços ou aumento por conta de demanda.
Adlon Kempinski
Unter den Linden, 77, Mitte, T.226-10
www.hotel-adlon.de
Por mais de 50 anos, o hotel existiu somente como um mito ¾ inaugurado em 1907, destruído em 1945 por um grande incêndio e reaberto em 1997. Hoje, o templo de luxo na capital, do lado oposto ao simbólico Portão de Brandemburgo, é freqüentado por políticos, diplomatas e celebridades. No complexo, destaque para o Adlon Day Spa e os restaurantes Ma (chinês) e UMA (japonês). Diárias a partir de 295.

Ritz-Carlton Berlin
Potsdamer Platz, 3, T.337-777                          
www.ritzcarlton.com
Os 302 quartos e suítes exibem sofisticação em tons neutros e mobílias clássicas. Localizado na suntuosa Potsdamer Platz, somente um logo discreto (além do tapete vermelho, claro!) revela que estamos em frente ao famoso hotel. Algumas suítes têm vista para o Tiergarten, Sony Center e a própria Potsdamer Platz. Conheça também o spa-boutique La Prairie e a brasserie francesa Desbrosses. Quartos a partir de 205.

Arte Luise Kunsthotel
Luisenstrasse, 19, Mitte, T. 284-480
www.luise-berlin.com
A idéia é desfazer as malas em uma galeria de arte. Localizado em um prédio neoclássico de 1825, no Mitte, cada quarto reflete a visão de um artista diferente. O difícil mesmo é escolher o cômodo ideal — dormir em uma cama construída para gigantes, em uma suíte à la cabaret dos anos 20 ou entre paredes decoradas com bananas? Seja lá qual for sua decisão, não deixe de visitar a galeria de arte no térreo. Diárias a partir de 79.

Propeller Island City Lodge
Albrecht-Achilles-Strasse, 58, Wilmersdorf, T. 891-9016
www.propeller-island.de
Quer se sentir como um leão preso numa jaula ou como uma vovó em seus aposentos? O hotel do artista berlinense Lars Stroschen, aberto em dezembro de 1997, possibilita ainda muitas ouras experiência. São 32 quartos (quase instalações) bastante surreais ¾ camas voadoras, jogos de espelhos e até mesmo caixões. Quartos para uma pessoa a partir de 69. Um acompanhante em qualquer suíte sai por mais 15.

Eastern Comfort Hostelboat
Mühlenstrasse, 73-77, Friedrichshain, T. 6676-3806
www.eastern-comfort.com
Há quem não goste de se hospedar em hostel, mas dormir em um barco à beira do Spree, ao lado da East Side Gallery, tem lá o seu charme. Escolha uma cabine com cama de casal na primeira classe. Sai por 78. No total, são 25 cabines em três decks. Além da vista, a localização pode ser uma vantagem – o hotel está próximo à Oberbaumbrücke, ponte que liga os bairros de Kreuzberg e Friedrichshain. Cheque também opções do outro lado do rio no Western Comfort.

Motel One Berlin-Alexanderplatz
Dircksenstrasse, 36, Mitte, T.2005-4080
www.motel-one.de
Este hotel designer tem uma boa relação custo benefício, além da excelente localização. Mesmo os quartos mais simples, com diárias a partir de 84 na Alexanderplatz, contam com TV de plasma, DVD e duchas caprichadas. O acesso a Internet é gratuito, mas somente no lobby. A rede tem mais três hotéis na capital alemã e ainda está programada a abertura de mais duas unidades.

Honigmond Garten Hotel
Invalidenstrasse, 122, Mitte, T. 2844-5577
www.honigmond.de
Em uma casa de 1845, uma das atrações deste hotel de 25 quartos é a sua bucólica área verde. Antes mesmo de desfazer as malas, já ficamos encantados com o jardim e suas árvores centenárias, fontes e quedas d´água, que dão ao espaço um aspecto de oásis em meio à agitada e cosmopolita Berlim. No hall da construção principal há livre acesso a Internet. Diárias a partir de 125.


Saborear!
A cena gastronômica em Berlim é bastante diversificada. Há restaurantes indianos, marroquinos, italianos, franceses, japoneses, orgânicos, mediterrâneos e ¾ claro! ¾ os mais típicos. E quando o assunto é tradição, faz sucesso por aqui o Eisbein com Sauerkraut (joelho de porco com chucrute), Bulette (similar a um bolo de carne ou hambúrguer) e a Currywurst (salsicha de porco apimentada ao molho de tomate e curry servida em prato de papelão). Seja em um classudo restaurante ou em um despojado café, certamente não faltarão opções para os mais diversos paladares. Se estiver com pressa, pare nos chamados Imbiss (quiosques, barraquinhas de fast-food espalhados por toda cidade) e experimente os mais diversos tipos de würste (salsichões típicos) ou os correntes doner kebab.

Café Einstein Stammhaus
Kurfürstenstrasse, 58, Schöneberg, T.261-5096
www.cafeeinstein.com
Localizado na antiga e histórica vila “Tiergartener Rossmann-Villa”, hoje próximo à estação de metrô Nollendorfplatz (U3 e U4), o restaurante oferece os clássicos da cozinha vienense. Uma boa pedida para o almoço ou jantar é o entrecôte ao molho béarnaise acompanhado de batatas (20,50). Não deixe também de experimentar os caseiros Apfelstrudel com creme de baunilha (5,80). O bar no primeiro andar abre a partir das 19h.

Jules Verne
Schlüterstrasse, 61, Charlottenburg, T. 3180-9410
www.jules-verne-berlin.de
O nome do escritor viajante faz jus ao cardápio global da casa, nos arredores de Charlottenburg (estação Savignyplatz, S5, S9 e S75). No cardápio, há opções como cuscuz marroquino, ostras francesas sobre gelo servidas com baguete e o típico schnitzel vienense. Domingos e feriados, o espaço conta com variado Brunch, das 9h30 às 15h, por 9,50 euros. Observe os periódicos internacionais à disposição.

Zagreus Projekt
Brunnenstrasse, 9a, Mitte, T. 2809-5640
www.zagreus.net
Misto de galeria e restaurante, o projeto do chef alemão Ulrich Krauss consiste há nove anos na simbiose entre arte e gastronomia. A cada dois meses, ele convida um artista para expor no espaço localizado no Mitte (metrô Rosenthaler Platz, U8). Juntos criam um menu degustação de três a quatro pratos, acompanhado por vinhos. Ligue com antecedência para verificar as datas e não esqueça da reserva.

Zur Letzten Instanz
Waisenstrasse, 14-16, Mitte, T. 242-5528
www.zurletzteninstanz.de
Trata-se de um dos restaurantes mais antigos de Berlim, que desde 1621 serve comida típica alemã. Já provaram as delícias da casa figuras como Napoleão, Beethoven e Angela Merkel. A uma estação de metrô da Alexanderplatz (Klosterstrasse), o espaço é bastante movimentado por turistas em busca de especialidade como Eisbein, Bulette e Würste (os famosos salsichões).

Kasbah
Gipsstrasse, 2, Mitte, T.2759-4361
www.kasbah-berlin.de
Não esqueça de reservar. Próximo ao metrô Rosenthalerplatz (U8), no Mitte, o restaurante decorado com velas, estofados e luminárias marroquinas é bastante popular por aqui. Antes do jantar, lavam-se as mãos em água de rosas trazidas pelo garçom em uma jarra. As sensações do cardápio são as cinco opções de cuscuz (de 11,00 a 15,50) e as sete variações dos Tajines, ensopados de carnes diversas com legumes, servidos em recipiente de cerâmica (De 11,00 a 14,90). De sobremesa, laranja laminadas com açúcar e canela (4,70).

Unsicht-Bar
Gormannstrasse, 14, Mitte, T. 2434-2500
www.unsicht-bar-berlin.de
Comer sem ver? É isso mesmo. Depois que os pratos são escolhidos em um hall iluminado, o jantar é servido na mais completa escuridão. Há seis opções de menus ¾ vegetariano, carne, carneiro, ave, peixe e uma versão surpresa. Todos incluem entrada, sopa (optativo), prato principal e sobremesa. Os preços variam de 38,50 a 55,50, mas vale a experiência, que dura pelo menos duas horas. Sim, é preciso algum tempo para se acostumar com a escuridão. Filiais também em Hamburgo e Colônia.

Café Nord-Sud
Auguststrasse, 87, Mitte, T. 9700-5928
Pertinho da estação de metrô Oranienburger Tor (U6), no Mitte, esse pequeno misto de café e bistrô é um achado. O espaço é pequeno, aconchegante e exibe uma discreta bandeira da França na porta. Não há cardápio, mas todos os dias cerca de três opções de menu são oferecidos. Surpresa boa ¾ a combinação de entrada, prato principal e sobremesa sai por apenas 7,50. Chegue cedo (antes das 20h), principalmente nos finais de semana.

Gorilla Natürlich Fastfood
Friedrichstrasse, 120, Mitte, T.9221-6452
Knesebeckstrasse, 5, Charlotenburg, T.3466-4490
Teltower Damm, 33, Zehlendorf, T.2556-6427
Jägerstrasse, 35, Mitte, T. 6883-5690
www.gorilla-natuerlich.com
Quer comer rápido e saudável? Essa é a proposta da casa, que inaugurou a primeira das quatro unidades em 2006. Para os naturebas que passam longe dos Döners, Big Mac e Currywurst, aqui não faltarão opções. No lugar do ketchup, molho picante de beterraba! Além de sopas, frutas e sanduíches com salada e vegetais da estação, há também um buffet diário a 1,90/100 gramas. A casa conta também com cardápio da semana.
Comprar!
Sabe aquele estilo individual e cheio de personalidade? Pois é! Esse é o espírito de muitas boutiques espalhadas pela capital alemã. Nada contra, aliás, as famosas marcas internacionais da Kurfürstendamm (conhecida como Ku´damm) em Charlottenburg ou da Friedrichstrasse, no Mitte. Mas garimpar aquele acessório ou modelito único também pode ser bastante interessante. E o que não faltam são vitrines trends e multifacetadas na rua Kastanienallee (Prenzlauer Berg), Oranienstrasse, Bergmannstrasse (Kreuzberg) ou nos Flohmarkts (mercado de pulgas) por toda cidade.  Só um detalhe — nem todos os lugares aceitam cartões de crédito.

Glücklich am Park
Kastanienallee, 54, Prenzlauer Berg, T. 4172-5651
www.kaufdichgluecklich.de
A primeira vista o espaço parece somente um café, mas no andar de cima vendem-se roupas, acessórios e sapatos descolados. Depois das compras, vale sentar em uma mesa à calçada e experimentar as Waffels caseiras com sorvete. As de chocolate com cerejas quentes são imbatíveis. Na filial da Oderberger Strasse, 44, não há roupas, mas sim mobílias (da década de 50, 60 e 70) garimpadas pelos designers e proprietários Andrea Dahmen e Christoph Munier.

Dussmann – Das Kulturkaufhaus
Friedrichstrasse, 90, Mitte, T.2025-1111
www.kulturkaufhaus.de
É fácil se perder pelos quatro andares da loja entre a grande diversidade de livros, CDs (são incontáveis gêneros musicais), DVDs e periódicos. No último piso, aficionados por cinema ficarão estonteados com filmes, seriados e literatura sobre o assunto. No térreo, há também pequenos souvenirs como mapas da Alemanha, cartões-postais e livros de fotografia sobre a queda do muro. Um bom diferencial: a casa fica aberta até meia noite.

Galeries Lafayette
Friedrichstrasse,76, Mitte, T.209-480
www.galerieslafayette.de
Inaugurada na capital alemã em 1996, a filial do luxuoso templo da moda francesa oferece acessórios, lingeries, bijuterias e incontáveis produtos de beleza. A dramática arquitetura da loja, assinada pelo francês Jean Nouvel é também uma atração turística. Todo espaço composto por cinco andares está centrado em um cone de vidro que produz sensação semelhante a de um calidoscópio. O espaço gourmet no subsolo é imperdível.

Ampelmann Galerie Shop
Gendarmenmark — Markgrafenstrasse, 37, T.4003-9095
Hackesche Höfe, Hof. 5 — Rosenthaler Strasse, 40-41, T.4472-6438
Im Dom Aquarée — Karl-Liebknecht Strasse, 5, T.2758-3238
Potsdamer Platz Arkaden — Alte Potsdamer Strasse,7, T.2592-5691
www.ampelmannshop.com
Verde ou vermelha, aquela figura do “homenzinho” de braços abertos, típica dos faróis da antiga República Democrática Alemã, estampa hoje bolsas, moletons, imãs de geladeira, cadernos, camisetas e muitos outros produtos. Em Berlim, há quatro lojas em que os produtos da marca são vendidos diretamente¾ ideais para garimpar diferentes souvenirs. Alguns faróis da cidade mantiveram o tal “Ost-Ampelmännchen”, como ele é conhecido por aqui.

KaDeWe
Tauentzienstrasse, 21-24, Schöneberg, T. 212-10
www.kadewe.de
Pode-se dizer que a KaDeWe está para Berlim, assim como a Harrods está para Londres ou a Lafayette para Paris. A centenária loja de departamentos ¾ inaugurada em março de 1907 ¾ recebe diariamente, em seus 60 mil m² de puro luxo, cerca de 180 mil visitantes. O sexto andar é dedicado à gastronomia, ou seja, refinadíssimos chocolates, queijos, champagne francesa, entre outras iguarias. O nome significa “Kaufhaus des Westens” (loja de departamento do ocidente).

Flohmarkt am Mauerpark
Bernauer Strasse, 63, Prenzlauer, Mauerpark.
www.mauerparkmarkt.de
Este é um dos Flohmarkts mais bacanas da cidade. Todos os domingos, das 10 às 17h, incontáveis barraquinhas se espalham pelo Mauerpark repletas de roupas, discos antigos, livros e até mesmo móveis. Há também objetos da antiga Alemanha Oriental que exprimem uma certa nostalgia. Se o tempo estiver bom, aproveite para reabastecer nos quiosques de café do parque.

Lala Berlin
Mulackstrasse,7, Mitte, T.6579-5466
www.lalaberlin.com
Lala é o apelido da ex-jornalista Leyla Piedayesh, responsável pela boutique no Mitte. Com coleções que prezam designer e conforto, os modelos são chics, casuais e já atraíram atenção de personalidades como Claudia Schiffer. Apesar de recente — Lala apresentou seu primeiro trabalho em 2004 —, a marca já foi exportada para diversos países. Além das coleções, há edições limitadas e a possibilidade de modelos customizados.

Beber!

Telecafé im Fernsehturm
Panoramastrasse, 1a, Mitte, T.242-3333
www.berlinerfernsehturm.de
Localizado na torre de TV da Alexanderplatz, símbolo da ex-Alemanha Oriental, trata-se do bar mais alto de Berlim a 207 metros do solo. A vista panorâmica é sensacional e o cardápio traz drinks, aperitivos, cervejas e cafés. Um para cada dia da semana, os drinks do dia custam seis euros. Entre as opções caipirinhas (quartas) e Kir Royal (sábados). O tíquete para subir na torre custa 10. Aberto até meia noite.

Quasimodo
Kantstrasse, 12a, Charlottenburg, T.312-8086
www.quasimodo.de
Um dos mais antigos clubes de jazz de Berlim (desde 1975), a casa diversificou bastante seu repertório e conta com shows de blues, funk, rock, soul e até ritmos latinos. O espaço abre ao público às 21h. Recomenda-se comprar ingressos com antecedência, pois no dia da apresentação os preços sobem um pouco. O café homônimo, na parte superior, ideal também para comer alguma coisa antes das bandas entrarem em cena, abre às 11h.

Prater
Kastanienallee,7-9, Prenzlauer Berg, T.448-5688
www.pratergarten.de
Ponto de encontro favorito em Prenzlauer Berg durante o verão, este Biergarten é um dos mais antigos da cidade, aberto em 1837. Ao anoitecer, as mesas rodeadas por árvores são disputadíssimas. E olha que são 600 lugares! A temporada de cerveja a céu aberto vai até setembro e ao longo do inverno os visitantes são atendidos no salão do restaurante. Leve as crianças. Há espaço reservado para os baixinhos brincarem.

Sanatorium 23
Frankkfurter Allee, 23, Friedrichshain, T.4202-1193
www.sanatorium23.de
Lounges separados por leves cortinas brancas, montados com puffs brancos e vermelhos recriam a idéia de um hospital¾ digamos, um pouco¾ pós-moderno. Parece coisa de maluco, mas o ambiente é bonito e relaxado. Aberto a partir das 14h, há também mesas na calçada. Quando Djs agitam a noite (geralmente nos finais de semana), um euro é adicionado ao valor da sua primeira bebida como cachê.

Würgeengel
Dresdener Strasse, 122, Kreuzberg, T. 615-5560
www.wuergeengel.de
Artistas e estudantes de Kreuzberg bebem, comem, fumam e filosofam por aqui. O nome do bar faz alusão ao filme “Anjos Exterminadores” do mestre do surrealismo Luis Buñuel (1900-1983). Já a decoração tem uma pegada anos 50 com lustres e teto de vidro. Para entrar no clima, a dose de martine branco custa 3,50 e os coquetéis de champagne nove. No cardápio, opções de petiscos e pequenos pratos.

Victoria Bar
 Potsdamer Strasse, 102, Tiergarten, T.2575-9977
www.victoriabar.de
A especialidade da casa são os coquetéis tradicionais a exemplo do Mai Tai e do Manhattan, assim como algumas outras invenções — bem sucedidas, diga-se de passagem, — como o Green Victoria (pisco, limão, hortelã, açúcar e champagne, 10 euros) e o Funkadelic (tequila cuervo, cachaça, licor de pêssego, claras de ovos, grendine, suco de limão e laranja, 9 euros).  Sob o comando do bartender Stefan Weber, o bar abre a partir das 18h30.

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