Drácula e outras pitorescas histórias na Transilvânia
(Texto originalmente publicado na revista Viaje Mais! Ago.2013) Regina Cazzamatta
A região romena ficou
conhecida como “lar” do famoso vampiro, inspirado num sanguinário príncipe que ali viveu. Mas cidades medievais, igrejas fortificadas e uma capital
surpreendente também esperam para serem descobertas
Chegar à terra do lendário Conde Drácula, na
região romena da Transilvânia, não tem nada de assustador. Muito pelo
contrário. O trajeto de carro, ou trem, entre Bucareste, a surpreendente e
megalomaníaca capital da Romênia, e a Transilvânia é fascinante. A começar pelo
vislumbre constante das portentosas Montanhas Cárpatas - chamadas pelos
moradores de “Alpes Romenos” -, que, mesmo nos meses mais quentes do ano,
quando a temperatura ultrapassa os 30 graus, mantêm o topo branquinho de neve.
Na
viagem, também despontam na paisagem campos verdes repletos de ovelhas,
castelos góticos, igrejas fortificadas, ciganas com saiotes vermelhos à beira
da estrada e vilarejos com detalhes pitorescos, como ninho de cegonhas no alto
dos postes de iluminação. Por esse
bônus, é uma dádiva, pelo menos para os turistas, que as rodovias romenas
estejam longe de serem tão boas como na Europa Ocidental: isso impede que os
veículos “voem” e cubram a paisagem de poeira, dando tempo aos visitantes de se
deslumbrarem, de cara, com os encantos da vizinhança.
Ainda que
o caminho até a Transilvânia seja, por si só, um senhor cartão de visita das
belezas do pedaço, é uma figura mezzo
criada pelo irlandês Bram Stocker, mezzo
real – o Conde Drácula – que deu, e ainda dá, fama à região. Desde a publicação
de Drácula, em 1897, lendas que
passavam de geração desde o século 15 e fatos reais se misturaram por ali como
em nenhum outro lugar da Europa. Nasciam, então, todas as associações que o
imaginário coletivo faz entre a Transilvânia e o mais famoso dos seres das
trevas.
Embora
muitos romenos torçam o nariz para a história que há tanto tempo atrai
comentários e gente à região, o personagem aguarda os visitantes, como disse no
livro de Bram Stocker: “Bem-vindo aos Cárpatos. Estou esperando por você
ansiosamente”, desejou o sortudo conde ao corretor de imóveis que o visitava na
Transilvânia. Ainda que essas palavras não passem de ficção, o vampiro ganha
vida nas mãos, ou melhor, no corpo dos próprios turistas, que circulam de capa
preta e com pontiagudos caninos de mentirinha no castelo da Transilvânia que
seria o “lar” de Drácula. O personagem também está representado nos suvenires
encontrados em toda lojinha de Sighisoara, onde nasceu Vlad III (1431-1476),
fonte de inspiração para que o autor irlandês criasse sua conhecida criatura.
Assim, o
Drácula da literatura – que deu origem a uma vampiro-mania que nunca saiu de
moda, incluindo filmes que vão de Nosferatu,
de 1922, à saga teen Crepúsculo, desenhos e séries de TV como
True Blood e Vampire Diaries – foi inspirado num príncipe que realmente existiu
na Valáquia, área que hoje integra o território romeno. Figura importante na
história do país, o nobre fazia jus às alcunhas adicionadas ao seu nome: Dracul
(dragão, em latim) e, mais tarde, Tepes (empalador,
na mesma língua). É que Vlad punia os desafetos com práticas como empalamento e
decapitação. Mas ele também tinha um lado legal, digamos assim, e protegeu a
região por muitos anos das investidas otomanas.
A
narrativa cheia de sangue do Conde Drácula e os causos que moradores e guias
sempre têm para contar do sinistro Vlad III seduzem mesmo os viajantes, mas a
Transilvânia não se reduz a isso. Esperam ainda pelos turistas belas cidades
medievais, protegidas por muralhas, caso de Sinaia, Sighisoara, Brasov, Bram e
Sibiu, além de vilarejos saxônicos e diversas igrejas fortificadas, como
Preymer e Biertan.
Igreja como Posto de
Defesa
Ao chegar
a Biertan, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco e a 27 km de
Sighisoara, terra natal de Vlad, mal dá para perceber que se está diante de uma
igreja: de fora, avistam-se somente as torres de controle e um muro de pedra.
Ao entrar, o guie Emil, da agência Adventures Transylvânia (www.adventuretransylvania.com), chama a atenção para outras camadas de
proteção, um complexo emaranhado de concreto e arcos que liberavam diversas
grades, que tinham a intenção de isolar os invasores que passavam pelos
primeiros pontos de defesa.
Na parte
dedicada à igreja propriamente, há um cômodo, ao lado do altar, que abrigava os
tesouros da sacristia e passaria batido, não fossem as 19 fechaduras que
decoram a porta, geringonça tida como maravilha da engenharia da época. No
entorno do templo há outras estruturas interessantes. Uma delas é um quarto
minúsculo, usado, em tempos longínquos, para trancafiar, por três meses, casais
que queriam se separar. Sem ter muito o que fazer e obrigada a dividir a mesma
cama (de solteiro), a dupla em desavença era obrigada a conversar sobre seus
problemas. A terapia de choque funcionava, já que, segundo o guia, raramente um
casal realmente se separava.
Ao
continuar o caminho em torno do conjunto, nota-se, pelas frestas, a grande
altura e robustez da igreja-fortificação. “Daqui eles também jogavam óleo
quente nos invasores”, conta Emil sobre as estratégias militares adotadas na
época. Outra
igreja fortificada que é show é Prejmer, também patrimônio da Unesco e que
protegia um templo gótico nos arredores de Bram. Em sua estrutura espalham-se
271 miniquartos, que abrigavam famílias camponesas da vila durante as
constantes tentativas de tomada do território. É possível caminhar pela
escadaria de madeira, olhar cada cômodo e até mesmo passear junto da muralha de
proteção. Ali, muitos visitantes, ao verem uma tampa de madeira no chão,
perguntam do que se trata e então têm autorização para abri-la. Eles olham,
olham e não entendem a função daquele bendito buraco. “Isso era um banheiro a
céu aberto", conta o guia. Isso mesmo: o objetivo nada nobre era fazer com que
os dejetos dos soldados acertassem os inimigos lá embaixo.
A ameaça
otomana era sempre um problema sério e, em alguns momentos do século 15, Vlad
III conseguiu conter o avanço deles por ali. E fazia isso com toda satisfação
do mundo, uma vez que, quando criança, o príncipe foi capturado por esses
invasores e passou boa parte da infância e adolescência em cativeiro. Ao ser
libertado, recrutou um exército e foi à forra, para vingar a si e ao pai e
irmão, assassinados pelos otomanos.
Ao
capturar esses ou quaisquer inimigos, Vad preferia matá-los por empalamento,
técnica que, com uma estaca, perfurava o castigado sem atingir órgãos vitais,
causando uma morte lenta e dolorosa, numa agonia que podia durar até 48 horas. A atrocidade chocou até mesmo o líder
do império Otomano na época, o sultão Mehmed II, que havia tomado
Constantinopla e deu meia-volta ao chegar numa cidade abandonada da Romênia. A
razão foi o “presente” deixado pelo príncipe: 20 mil corpos empalados.
Na Casa do Vlad Bebê
As
histórias são muitas, os registros oficiais, relativamente poucos, e o numero
de vítimas que padeceram nas mãos daquele que entraria para a história como
Vlad, o Empalador, bastante impreciso. Certeza mesmo é que a verdadeira ligação
do governante com a Transilvânia é seu local de nascimento, uma casinha na
lateral da minúscula Praça Cetatii, em Sighisoara. Pouco restou dessa
antiqüíssima construção; há somente um afresco desbotado com imagens de seu
pai. Hoje, o espaço abriga um restaurante, que, não por coincidência, chama-se
Drácula. A gastronomia da casa não é nenhuma maravilha, mas comer ali vale por
estar no lugar em que o figurão da história romena deu seus primeiros passos.
Quem
quiser pode ir ao suposto quarto onde Vlad nasceu, visita que vira uma
experiência um tanto pitoresca. Quando o garçom dá o ok para os visitantes se
dirigirem ao cômodo, uma música de filme de terror embala a subida dos turistas
pela escada. Ela prossegue até a chegada ao cantinho que já foi de um inocente
principezinho e agora é um ambiente escuro, marcado por feixes de luzes
vermelhas e envolto por cortinas de cetim também vermelhas. Um caixão fica no
meio do cômodo e, quando menos se espera, um sujeito de braços abertos pula do
caixão e grita alguma coisa indecifrável em romeno. Alguns quase morrem de
susto, outros gargalham e o tosco vampiro de capa preta ri da peça que pregou
nos turistas. Na saída, há diversos produtos “vampirescos” à venda: café, vinho
e canecas do Drácula.
Para dar
um tempo do personagem real e do fictício – mas só um tempo mesmo, porque eles
estarão de volta em outros locais-, nada como andar pelo cetro histórico de
Sighisoara, cidadela do século 14 tombada pela Unesco. Todos os pontos
turísticos ficam no interior da muralha, que ainda exibe nove das 14 torres
originais e dois dos cinco bastiões de proteção. Na
pracinha central, chamada Cetatii, a impressão é de que o tempo parou. A torre
do relógio, de 1280 e com 64 metros de altura, é um dos locais mais visitados,
por diversas razões. O relógio, de 1648, é uma beleza, ornado com figuras de
madeira representando os deuses greco-romanos que dão nome aos dias da semana.
De hora em hora, a maquinaria responsável por seu funcionamento move correntes,
ganchos e pesos para que as peças que o decoram também se mexam. Ao longo dos
sete andares da torre, um museu conta a história da cidade, com detalhes sobre
as famílias que controlavam os bastiões.
O melhor fica para o final: no último
andar, a vista é fantástica, exibindo os sobrados coloridos do vilarejo e uma
igreja no topo da montanha. Para quem
for visitar o templo, os antigos moradores deram uma forcinha. Em 1642, foi
feita uma escadaria com 172 degraus rumo ao topo do morro, coberta por um teto
de madeira. À noite, as ruas de paralelepípedos e a imponente torre do relógio dão
um toque especial ao coração do burgo.
Vocação Cultural em
Sibiu
Cidades
um pouco maiores, como a ativa e vibrante Sibiu, garantem a parte cultural e mais
movimentada do roteiro. Por ter sido capital cultural da Europa em 2007, em
Sibiu sempre tem algum programa interessante rolando, que vai de apresentações
artísticas a festivais de música ou de comida. Caminhar
ao longo da muralha, com uma vista espetacular das Montanhas Cárpatas – os
“Alpes da Romênia” -, é uma delícia. A torre da prefeitura é outro ponto que dá
um excelente panorama da cidade, da praça principal Piata Maré, das
onipresentes Cárpatas e das muralhas que entrecortam o centro antigo. Onipresentes
também são as casa com “olhos”. É que as janelas nos telhados vermelhos dão a impressão
de que as construções têm olhos, já que se assemelham mesmo com essa parte do
corpo humano e estão disposta de um jeito que parecem admirar a praça central.
Mesmo com
a agitação cultural e a beleza arquitetônica, Sibiu não tem todo o charme e a
graça de Brasov, que sabe de seu poder de sedução e exibe com um letreiro à lá
Hollywood, montado no Monte Tampa, que escancara seu nome. A Praça Sfatului, no
coração da cidade medieval, está repleta de cafés, sorveterias e fachadas
barrocas. A Igreja Negra se destaca por ser o maior templo de estilo gótico
entre Viena e Istambul, e ganhou esse nome após um incidente em 1689 que
enegreceu a construção. Em seu interior, destacam-se os 120 tapetes orientais
trazidos por mercadores que voltavam são e salvos para casa depois de
negociações e comércio em terras otomanas.
Como em
toda cidade da Transilvânia, em Brasov também não falta uma muralha. Ali, ela
tem incríveis 12 metros de altura e três quilômetros de extensão, mantendo a
parte antiga da cidade tal qual era na Idade Média. Ao contornar a estrutura
pela parte de fora, seguindo um riozinho, encontra-se uma das melhores vistas.
Todo esse
visual já seria motivo para deixar o passeio imbatível, mas Brasov ainda serve
de ponto de partida para duas
excursões bem populares na Romênia: uma rumo à fortificação Rasnov e outra para
o Castelo de Bram, mais conhecido como “castelo do Drácula”.
A cidade
amuralhada de Rasnov, erguida na parte alta do terreno em que a cidade se
desenvolveu e isolada dela por uma mata densa, oferece uma das vistas mais
bonitas da região. Dá para chegar à área a bordo de um trenzinho ou caminhando
por entre árvores, ladeira acima. No topo, o panorama que se descortina parece
pintado à mão: as torres de proteção, muitos vestígios das antigas construções
de pedra, o vale verdinho e, bem ao fundo, os “Alpes romenos” com seus picos
brancos de neve.
Caminhar
pelas ruelas do interior da muralha serve também para imaginar as outrora
avançadas estratégias de defesa. Conta a história local, que durante um ataque,
o canal que levava água à cidadela foi destruído e a fortificação padeceu.
Aprendendo com os erros do passado, iniciou-se a construção de um poço –
prisioneiros otomanos, no século 17, só ganhariam a liberdade depois de
terminar o projeto. Foram 17 anos de trabalho duro até que o poço de 146 metros
de profundidade ficasse pronto. “Os
prisioneiros tiveram sorte com o projeto porque ninguém sabia se encontrariam
água na base da montanha, o que seria motivo para que pagassem com a vida”,
conta o guia.
Castelo do Drácula
Próximo a
Brasov esta, finalmente, o vilarejo de Bram e uma das atrações mais populares
do roteiro: “o castelo do Drácula”. Conforme as descrições contidas no livro de
Bram Stocker, foi nessa construção robusta, onde Vlad III teria ficado algumas
poucas noites em 1462 – o que não tem comprovação histórica -, que o escritor
ambientou seu livro. Estar ali faz tanto a cabeça dos turistas que eles, de
novo, entram no clima da história do conde das trevas, a ponto de tirar fotos
vestindo capas pretas e usando dentes fake
de vampiro.
O
castelo, construído em 1382 na montanha que separa os Estados da Transilvânia e
da Valáquia para controlar a passagem dos otomanos, era uma base militar e não
abrigava monarcas. Em 1929, a rainha romena Maria (1875-1938) passou a viver
ali e importou diversos mobiliários e pinturas da Europa Ocidental para decorar os aposentos, hoje vistos
durante a visitação – uma passagem secreta também faz parte do tour. Nada, porém, tem relação com Vlad
Tepes, embora crianças corram pelos cômodos gritando “eu sou o Drácula”. Mas,
para não dizer que não há um quê de bizarro no local, o coração da rainha Maria
está enterrado numa gruta próxima. Foi uma forma “carinhosa” de a soberana
demonstrar sua grande paixão pelo local.
Depois de
tanto seguir os rastros da dupla Vlad- Drácula, nada como se refugiar nos
cinematográficos vilarejos no entorno de Bram, como Moeciu de Sus, que oferecem
hotéis e pousadas nas montanhas. Neles, o charme está no ambiente tranqüilo,
nos quitutes produzidos localmente, como queijos, geleias e manteiga, e, claro,
nos visuais que revelam, incluindo amanheceres e entardeceres arrebatadores. Se
acordar cedo não faz sua cabeça, programe algum tour em contato com a natureza para fazer mais tarde: muitas
agências oferecem caminhadas e atividades de aventura na região.
Bem
diferente das intenções militares que inicialmente cercavam o austero castelo
de Bram, o Castelo de Peles, em Sinaia, foi erguido, em 1875, para abrigar os
reis da Romênia. Para recebê-los com toda a pompa e circunstância, a construção,
aos pés da montanha Bucegi, onde o Estado da Valáquia vira Transilvânia, foi a
primeira dedicada a uma família real européia a conter sistema de aquecimento
central e aspirador de pó – um elevador também integrava o projeto.
De fora,
a impressão é de estar contemplando um castelo do sul da Alemanha, por conta
das influência germânicas da região. O interior é bastante eclético, com
ambientes revestidos de madeira (alguns exibem armas provenientes de todo o
mundo), salões espelhados à la Palácio de Versalhes, que recebiam festas e
bailes, e cômodos de estilo árabe. Destaque também para o biblioteca, cheia de
armários com portas de vidro e que mantém livros em romeno, alemão e francês –
é impossível identificar, mas uma das portas é falsa e servia como passagem
secreta para áreas subterrâneas do castelo.
Por conta
desse requinte (e segurança), o ditador comunista Nicolae Ceausescu, que
comandou a Romênia entre 1967 e 1989, recebeu em Peles importantes chefe de
Estado, como os norte-americanos Richard Nixon e Gerald Ford, o líbio Muamar
Kadafi e o palestino Yasser Arafat.
Boas surpresas em
Bucareste
Para conhecer um pouco das maluquices e da megalomania desse
ex-governante, nada como uma visita à capital romena, Bucareste. E quem espera
encontrar uma cidade cinzenta, dominada por edifícios quadrarões da época
socialista, ficará positivamente surpreso. Muito da estrutura da era de ouro da
cidade, quando a principal rota entre Ocidente e Oriente incluía Bucareste, se
exibe impecavelmente por lá e hoje é ocupada por complexos como o Museu
Nacional de Arte, a Biblioteca Central e a Ópera. Mas o local mais visitado é o
Palácio do Parlamento, que resume a mania de grandeza do ditador Ceausescu e de
sua mulher, Elena.
Só para
dar uma dimensão do absurdo, o Parlamento romeno é o segundo maior prédio público do mundo, atrás
apenas do Pentágono, em Washington (EUA). Cerca de 700 arquitetos e 20 mil
operários trabalharam no projeto por vários anos, que não ficou pronto antes do
ditador ser condenado à morte por fuzilamento em 1989, pondo fim ao comunismo
no país.
A
grandiosidade virou uma faca de dois gumes. Seria caríssimo para a Romênia
pós-revolução terminar a construção, mas seria ainda mais dispendioso e
inviável para o projeto demoli-lo, o qual acabou concluído em 1997. Uma
visita ao “templo” mostra as condições socialistas. Apesar do porte e da
opulência do prédio, o ingresso para visitá-lo é retirado numa loja de
suvenires, com uma senhorinha que assina um simplório papel à mão. Demora de 40
a 60 minutos até que os guardas retenham o passaporte dos visitantes, entreguem
uma senha para retirar o documento na saída e todos passem pelo raio X. Lá
dentro, estruturas como a escadaria de mármore e os lustres com toneladas de
cristais até assustam pela estrondosa dimensão, mas ao mesmo tempo, os
banheiros não têm papel higiênico, sabonete e algumas cabines estão sem luz.
Como a
cidade contabiliza seis séculos de história, o centro histórico também é um
deliciosos convite a bater perna. Ali, sucedem-se igrejinhas charmosas, cafés e
restaurantes, alem de artistas de rua que tentam chamar a atenção dos passantes
com seus realejos ou fazendo bichinhos de bexigas. Para terminar o dia de
andanças, nada como degustar uma cerveja ou vinho branco no parque Cismigiu. Por lá,
pombas bebericam nas fontes, enquanto velhinhos de boina tocam sanfona e casais
andam de pedalinho no lago.
“Espero
que você tenha aproveitado a estada na minha bela terra”, escreveu Drácula
naquele mesmo bilhete citado no começo da reportagem, em que o conde dava as
boas- vindas ao corretor que o visitava na Transilvânia. E se os turistas de
hoje recebessem tal mensagem, balançariam a cabeça em sinal positivo, já que é
impossível não se render às lendas e aos encantos da região e, por extensão,
deste curioso país.
Documentos exigidos para entrada na Romênia: passaporte com validade mínima de
seis meses
Idioma: romeno
Moeda: R$ 1 equivale a 1,5 Leus.
Fuso horário: 6 horas a mais em relação a Brasília (com
horário de verão Europeu que vai até 27 de outubro)
Para ligar a cobrar para o Brasil: a Embratel não oferece o serviço
Brasil Direto para a Romênia. O código do país é 40 e da capital Bucareste é 21.
Embaixada brasileira em Bucareste: Bulevardul Aviatorilor 40, Setor 1. CEP.: 011863. Bucareste – Romênia. braembuc@starnets.ro. Telefone.: (4021)
230-1130
Quando Ir
O clima
varia bastante em diversas regiões do país. No verão a temperatura pode passar
dos 30ºC e, no inverno, dos -30ºC. Ideal somente para quem tem planos de
esquiar nas montanhas. O melhor período é mesmo no verão entre junho e agosto
ou na primavera, quando, por conta da alta temporada, todas a infra-estrutura
está á disposição do turista.
Como chegar:
A grande maioria dos vôos
internacionais chegam a Romênia via Bucareste no aeroporto internacional de
Coanda, embora cidades na Transilvânia como Sibiu e Timisoara também recebam
vôos internacionais. A Tap (flytapp.com) opera o trecho a partir de US$ 1.340,
com uma parada em Portugal. A KLM (klm.com.br)opera vôos a partir de US$ 1.358,
com escala em Amsterdam. Já a alitalia (alitalia.com.br) opera o trecho a
partir de US$ 1.378, com escala em Roma.
Onde Ficar:
Em Bucareste:
Berthelot Hotel. Além do excelente serviço, café da
manhã e drink de boas vindas, o hotel está bem localizado a poucas quadras da
Ópera ou do Museu de Arte Nacional. O restaurante fica aberto para o jantar até
às 23h. Diárias a partir de 55 euros. http://www.hotelberthelot.ro/
Em Sighisoara ou Brasov
Casa Wagner. O hotel tem unidades não só em
Brasov, mas também em Sighisoara. Nesta última, está localizado no coração da
cidade antiga, em frente à torre do relógio e do restaurante Casa Drácula. O
café da manhã é bom (incluso na diária) e pode ser apreciado nas mesas do pátio
central ao ar livre. Diárias a partir de 50 euros. http://www.casa-wagner.com/ro/
Em Sibiu
Happy Day Pension. A uma curta caminhada de dez minutos
do centro, o hotel inclui em sua diária café da manhã em estilo inglês, alem de
pequenos mimos como chocolatinhos de boas vindas. Diárias a partir de 30 euros.
http://www.pensiuneahappyday.ro/
Em
Moeciu
de Sus
Casa
Dragoslovean. Com uma bela vista para os vales de Moeciu
de Sus, a pousada oferece quartos e apartamentos. No fim da tarde, nada como
apreciar o por do sol na mesa de madeira sob o gramado. O chuveiro parece uma
nave espacial cheia de saídas de água. Destaque para o café da manhã com
queijos e geleias caseiras. A partir de 20 euros. http://www.moeciu.info/camere-moeciu.htm
Onde Comer
Em Bucareste
Caru´cu Bere. No centro histórico, o restaurante
é uma boa pedida gastronômica, apesar das garçonetes vestidas de camponesas
para “turista ver”. A típica sopa de feijão branco com bacon, servida no pão, é
uma delicia. Um pouco mais leve são os pratos de trutas com legumes. http://www.carucubere.ro/en/homepage
Em Sighisoara
Casa Drácula. Ao lado da torre do relógio, o
restaurante é mais famoso pelo ambiente do que pela gastronomia. Mas, uma vez
por ali, por que não experimentar alguma das iguarias típicas do país? Entre as
sugestões, destaca-se a Mamaliga (uma espécie de polenta), servida com queijo
de cabra e creme de leite.
Em Biertan
Unglerus Medieval
Restaurant. Após
visitar a igreja fortificada em Biertan, não é preciso voltar a Sighisoara para
o almoço. O restaurante bem em frente a fortificação faz jus ao nome, um
aspecto medieval de taberna, com mesas e cadeiras de madeira. O cardápio não é
extenso, mas oferece bons ensopados, grelhados e batatas à camponesa (com bacon
e cebolas na frigideira).
Em Sibiu
Crama Sibiul Vechi. Bastante típico, o restaurante encontra-se numa
taberna de tijolinhos vermelhos e serve deliciosas sopas, variações de peixes e
salsichas, além variações de queijos. Praticamente todas as noites, há musica
ao vivo. http://www.sibiulvechi.ro/
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